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terça-feira, 26 de junho de 2012
quarta-feira, 20 de junho de 2012
segunda-feira, 18 de junho de 2012
sábado, 16 de junho de 2012
Tudo que é
é substantivo.
A essência do existir.
Mesmo na pressa do invento.
É.
Está.
Aqui.
Tudo que estava
é substantivo.
A essência da memória.
Mesmo na pressa do invento.
Era.
Estava.
Outrora.
Tudo que irá além
é substantivo.
A essência do sonho.
Mesmo na pressa do invento.
Será.
Estará.
Lá.
Tudo que é invento
é substantivo.
A essência da criação.
Mesmo na pressa do ser.
Máquina.
Motor.
Virtual.
Tudo é substância.
Até gente.
Com tantos nomes.
Com tantos jeitos.
Com tantos tanto.
Até verbo.
O Verbo anda.
Diz:
- Ilumina.
Deixamos de ser substância.
Temos: - História -Substantivo contado.
Garatujas de algo maior.
Retifico...
verbo.
Agora somos adjetivos.
E só.
sexta-feira, 15 de junho de 2012
Pequenas notações
Eu sei que vai falar que deveria notar antes...
mas só há um tempo notei.
Notei que eles tomam a rua após o expediente.
Notei que o melhor é permanecerem juntos.
Notei que os paralelepípedos podem estourar uma cabeça
e que cobertores podem incendiar.
Notei que cada moeda pode salvar o dia
e escondê-la faz ganhar mais uma.
Notei que os banheiros de estações podem aliviar e que as esposas podem adoecer.
Notei que os albergues podem ser perigosos e um calçado pode virar travesseiro.
Notei que os católicos que saem da missa podem envergonhar Deus e que seus olhares onipotentes pairando ao redor justificam o dízimo.
Notei que Domingo é o melhor dia.
As lojas não abrem.
O jato de desinfetante barato que disfarça o cheiro de urina das calçadas não respinga no seu rosto pela manhã.
Os funcionários da Prefeitura não te chamam de Lixo.
Não há o vai e vem dos assalariados
Dos engravatados.
Dos conformados.
Não há cutucões.
A polícia é mais preguiçosa nos domingos.
Pode-se dormir mais.
Assim ludibria a fome.
Notei que as sobras de lanches deixados em cima da lixeira do Mc’Donalds podem servir de banquete e que as vitrines de churrascarias são flagelos.
O garçom vem.
A carne brilha no espeto.
Você vira a plaquinha para o vermelho.
Recusa.
Fala muito.
Mal come.
Paga a conta.
Vai embora deixando fatias de Filé Mignon no prato.
O lixo agradece.
Notei que as esperas da retirada do lixo de um bom restaurante podem ser recompensadoras e fartam “pelo menos naquele dia” , enquanto você chega em casa e se irrita porque o seu time perdeu.
Notei que há lugares na cidade que salvam a sua sanidade.
O Centro Cultural Vergueiro.
A Escadaria do Teatro Municipal.
A Praça da República.
As noticias estendidas nas bancas de jornal.
Ver as prostitutas da Praça João Mendes.
Só ver.
Ir no banheiro de bar e gozar.
Notei que há mais histórias e personagens nas ruas do que nos palcos.
Notei que não há glamour na pobreza.
Notei.
Eu sei que vai falar...
que deveria notar antes.
Mas devo lhe falhar...
Que só notei
porque há um tempo atrás
eu também estava lá.
mas só há um tempo notei.
Notei que eles tomam a rua após o expediente.
Notei que o melhor é permanecerem juntos.
Notei que os paralelepípedos podem estourar uma cabeça
e que cobertores podem incendiar.
Notei que cada moeda pode salvar o dia
e escondê-la faz ganhar mais uma.
Notei que os banheiros de estações podem aliviar e que as esposas podem adoecer.
Notei que os albergues podem ser perigosos e um calçado pode virar travesseiro.
Notei que os católicos que saem da missa podem envergonhar Deus e que seus olhares onipotentes pairando ao redor justificam o dízimo.
Notei que Domingo é o melhor dia.
As lojas não abrem.
O jato de desinfetante barato que disfarça o cheiro de urina das calçadas não respinga no seu rosto pela manhã.
Os funcionários da Prefeitura não te chamam de Lixo.
Não há o vai e vem dos assalariados
Dos engravatados.
Dos conformados.
Não há cutucões.
A polícia é mais preguiçosa nos domingos.
Pode-se dormir mais.
Assim ludibria a fome.
Notei que as sobras de lanches deixados em cima da lixeira do Mc’Donalds podem servir de banquete e que as vitrines de churrascarias são flagelos.
O garçom vem.
A carne brilha no espeto.
Você vira a plaquinha para o vermelho.
Recusa.
Fala muito.
Mal come.
Paga a conta.
Vai embora deixando fatias de Filé Mignon no prato.
O lixo agradece.
Notei que as esperas da retirada do lixo de um bom restaurante podem ser recompensadoras e fartam “pelo menos naquele dia” , enquanto você chega em casa e se irrita porque o seu time perdeu.
Notei que há lugares na cidade que salvam a sua sanidade.
O Centro Cultural Vergueiro.
A Escadaria do Teatro Municipal.
A Praça da República.
As noticias estendidas nas bancas de jornal.
Ver as prostitutas da Praça João Mendes.
Só ver.
Ir no banheiro de bar e gozar.
Notei que há mais histórias e personagens nas ruas do que nos palcos.
Notei que não há glamour na pobreza.
Notei.
Eu sei que vai falar...
que deveria notar antes.
Mas devo lhe falhar...
Que só notei
porque há um tempo atrás
eu também estava lá.
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Meu cotidiano
Você fica ali de canto
como o cara que não conhece ninguém na festa.
Você passa pela banca de jornais
e compra meia dúzia de histórias em quadrinhos...
sua iluminação.
Para num Pub ali da avenida São Luis
e pede uma Heineken.
Dois caras brigam por causa de uma garota
um deles pega uma cadeira e joga na cabeça do outro
jorra sangue
chamam a policia
levam os caras
a garota pela qual eles brigaram sai com outro cara
observo a garota triste atrás do computador
ela sorri educadamente
o tipo de sorriso de quem está detonado por dentro
mas tem que ser sociavel
termino a cerveja
vou para casa
ladrões correm
carros de policia batem
e eu encontrei a minha tranquilidade.
terça-feira, 12 de junho de 2012
Ali...bem ali...
Ela está ali.
E só quem a conhece a vê.
Os outros estão acompanhados demais para notá-lá.
Mas ela está ali.
Nos aros grossos do óculos da garota “junkie”.
Nos sapatos gastos do andarilho.
No copo do ébrio.
No peito dolorido do garoto sentado na escada do show de Rock.
Acreditem.
Ela está ali.
Com todos eles.
Necessitando que algo de novo os transforme.
Os deslocando da legião anônima.
E não há filosofia existencialista que os salve.
Ela está ali.
Na corda.
Nos psicotrópicos.
No gatilho.
Esperando o cheiro da pólvora.
O descanso.
O alívio.
Mas enquanto isso não vem.
Ela os acompanha.
Nos lugares ermos.
Na cadência do silêncio.
No breu.
O deserto é a natureza em luto.
segunda-feira, 11 de junho de 2012
MEU FILHO
TEM ESSE GAROTO QUE ANDA COMIGO...
QUE FREQUENTA CONSTANTEMENTE A MINHA CASA
INVADE O MEU QUARTO
DORME TARDE
E ACORDA QUANDO TODOS VÃO DORMIR.
TEM ESSE GAROTO QUE ANDA COMIGO...
QUE LÊ LIVROS-PEÇA
MONTA QUEBRA CABEÇAS
E LÊ QUADRINHOS QUE COMEÇAM PELO FIM.
TEM ESSE GAROTO QUE ANDA COMIGO...
QUE GOSTA DE NÚMEROS
FILMES DE ASSOMBRO
E QUE DIZ “NÃO SEI” QUANDO QUER DIZER “SIM”.
TEM ESSE GAROTO QUE ANDA COMIGO...
QUE RI COMIGO
QUE CHAMO DE FILHO
E QUE GOSTA DE MIM.
sábado, 9 de junho de 2012
BATEDORES DE MARTELO
Eles te julgam pelo seu jeito.
Eles te julgam pelo o que você lê.
Eles te julgam pelo o que assiste.
Eles te julgam por onde mora.
Eles te julgam pelo o que trabalha.
Eles te julgam pela classe social.
Eles te julgam pela vestimenta.
Eles te julgam pela locomoção.
Eles te julgam pelo o que faz.
Eles te julgam pelas suas escolhas.
Até você escrever...
escrever...
escrever...
Mas eles continuarão a te julgar.
Cabeças alagadas por deduções.
Não há espaço para mais nada.
Eles te julgam pelo o que você lê.
Eles te julgam pelo o que assiste.
Eles te julgam por onde mora.
Eles te julgam pelo o que trabalha.
Eles te julgam pela classe social.
Eles te julgam pela vestimenta.
Eles te julgam pela locomoção.
Eles te julgam pelo o que faz.
Eles te julgam pelas suas escolhas.
Até você escrever...
escrever...
escrever...
Mas eles continuarão a te julgar.
Cabeças alagadas por deduções.
Não há espaço para mais nada.
Quando...
Quando eu me for
Não quero que fique assim
Vai por mim
Não é de doer.
Dizem que lá
Tem um bandolim
E um botequim
para beber.
Mas pode acontecer
de quando chegar lá
vai que “Pá”
você tá lá.
Mas enquanto o ocaso não vem.
Tudo bem.
Não vou também.
Só quero te abarcar no meio da tormenta.
Te envolver para não ser levada.
Quero te dar o que tanto lamenta.
Te amparar no meio da enxurrada.
Você sabe que matina sempre me atenta
E eu vou sem querer
Volto com bafo de menta
pedindo desculpas para você.
O sol desponta meio torto.
Iluminando o seu rosto zangado.
E sigo esse meu existir
com meu espírito lavado.
Não quero que fique assim
Vai por mim
Não é de doer.
Dizem que lá
Tem um bandolim
E um botequim
para beber.
Mas pode acontecer
de quando chegar lá
vai que “Pá”
você tá lá.
Mas enquanto o ocaso não vem.
Tudo bem.
Não vou também.
Só quero te abarcar no meio da tormenta.
Te envolver para não ser levada.
Quero te dar o que tanto lamenta.
Te amparar no meio da enxurrada.
Você sabe que matina sempre me atenta
E eu vou sem querer
Volto com bafo de menta
pedindo desculpas para você.
O sol desponta meio torto.
Iluminando o seu rosto zangado.
E sigo esse meu existir
com meu espírito lavado.
sexta-feira, 8 de junho de 2012
ASSIM...
ESCREVO ÁGIL
ASSIM RAPIDAMENTE
MEIO DESCRENTE
PROCURANDO UMA RIMA FÁCIL
TRANO PALAVRAS
COMO NOS LIVROS
PENSO EM ESCALAS
ALTERNO SUBSTANTIVOS
E VOU ASSIM MESMO... TORTO
MEIO ABSORTO
NA MINHA FRÁGIL DESTREZA
COM O DICIONÁRIO
ALI ESCONDIDO
DEBAIXO DA MESA.
ASSIM RAPIDAMENTE
MEIO DESCRENTE
PROCURANDO UMA RIMA FÁCIL
TRANO PALAVRAS
COMO NOS LIVROS
PENSO EM ESCALAS
ALTERNO SUBSTANTIVOS
E VOU ASSIM MESMO... TORTO
MEIO ABSORTO
NA MINHA FRÁGIL DESTREZA
COM O DICIONÁRIO
ALI ESCONDIDO
DEBAIXO DA MESA.
No meio
No meio
dois carneiros
Ele/Ela
ali
meio torpe
em P&B.
No meio
aqui
lá
sem direção
gera expectativas.
No meio
verão
outono
seu coração
aponta primaveras.
dois carneiros
Ele/Ela
ali
meio torpe
em P&B.
No meio
aqui
lá
sem direção
gera expectativas.
No meio
verão
outono
seu coração
aponta primaveras.
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