LIGO A T.V.
O FÓSSIL DO BIG BANG É TRANSMITIDO PELA MINHA T.V.
MUDO DE CANAL
Um casal está deitado numa cama, a mulher fala:
"Eu quero que você suma e me esqueça."
MUDO DE CANAL
Um quarto, só há a luz da janela e uma voz:
"Ei, acorda. São seis e vinte."
MUDO DE CANAL
Um casal nitidamente embriagado andando pela rua carregando uma garrafa de vinho:
"É a primeira vez que faço isso, anota aí no caderninho."
Ela sorri.
MUDO DE CANAL
Dois jovens estão sentados no sofá, eles acabaram de brigar.
Ele massageia a mão esquerda dela.
Ela segura fortemente um molho de chaves na mão direita.
O telefone toca insistentemente.
MUDO DE CANAL
Um cara cheio de tatuagens desenha um nome em um papel vegetal.
MUDO DE CANAL
Uma garota que gosta de jogar "Guitar hero" e "futebol americano" no Playstation, raspa adesivos grudados numa prateleira.
Ela diz:
- Me ajuda.
Ele diz:
- Não.
Ela:
-Não?
Ele sorri e vai ajudá-lá.
Eles conversam e essa conversa se perdura durante um ano.
DESLIGO A T.V.
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
OUT
A GARÇONETE NÃO ME ATENDEU PORQUE SENTEI NA MESA DO FUNDO DO BAR.
QUANDO ME ATENDEU FOI PARA FALAR QUE O BAR IA FECHAR.
OS ÔNIBUS NUNCA PARAM NO PONTO QUANDO DOU O SINAL
E QUANDO PARAM ELES QUEBRAM NO MEIO DO CAMINHO.
O DESPERTADOR NÃO TOCOU.
MEU CHUVEIRO QUEIMOU A RESISTÊNCIA.
A CHAVE QUEBROU DENTRO DA FECHADURA.
MINHA LUZ FOI CORTADA.
O BANCO NÃO ME DÁ MAIS EMPRÉSTIMOS.
O MEU TRAFICANTE ENTROU PARA A IGREJA PENTESCOSTAL.
ACABOU A DIVERSÃO.
OS FILMES QUE QUERO VER JÁ SAIRAM DE CARTAZ.
ALUGO OS FILMES EM DVD.
MEU APARELHO QUEIMOU.
LAMENTO QUE OS MEUS CIGARROS ACABARAM.
LOGO LEMBRO QUE NUNCA FUMEI.
LAMENTO DE NÃO TER FUMADO.
FUI EXPULSO DO CLUBE DE TIRO.
ESTAVA PONDO FOTOS DE EX-NAMORADAS NOS ALVOS.
NÃO RESPEITO NENHUM CLUBE QUE ME ACEITE COMO SÓCIO.
LEMBRO QUE A FRASE DE CIMA NÃO É MINHA.
A CHUVA CAI JUSTAMENTE NAS HORAS QUE NÃO CARREGO O GUARDA CHUVA.
E SEMPRE QUE CHEGO AO MEU DESTINO ELA PARA.
OS NÚMEROS QUE JOGO NA LOTERIA SÓ SAEM QUANDO NÃO JOGO.
AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS MAIS LEGAIS SÓ SAEM QUANDO NÃO TENHO DINHEIRO.
E ENQUANTO TUDO ISSO ACONTECE, NA MINHA CABEÇA REVERBERA ELA DIZENDO:
- Não vou ficar com você, se eu ficar vai ser por dó. Todas essas tentativas de me conquistar estão sendo em vão.
TENTO DORMIR.
ESTOU SEM SONO.
QUANDO ME ATENDEU FOI PARA FALAR QUE O BAR IA FECHAR.
OS ÔNIBUS NUNCA PARAM NO PONTO QUANDO DOU O SINAL
E QUANDO PARAM ELES QUEBRAM NO MEIO DO CAMINHO.
O DESPERTADOR NÃO TOCOU.
MEU CHUVEIRO QUEIMOU A RESISTÊNCIA.
A CHAVE QUEBROU DENTRO DA FECHADURA.
MINHA LUZ FOI CORTADA.
O BANCO NÃO ME DÁ MAIS EMPRÉSTIMOS.
O MEU TRAFICANTE ENTROU PARA A IGREJA PENTESCOSTAL.
ACABOU A DIVERSÃO.
OS FILMES QUE QUERO VER JÁ SAIRAM DE CARTAZ.
ALUGO OS FILMES EM DVD.
MEU APARELHO QUEIMOU.
LAMENTO QUE OS MEUS CIGARROS ACABARAM.
LOGO LEMBRO QUE NUNCA FUMEI.
LAMENTO DE NÃO TER FUMADO.
FUI EXPULSO DO CLUBE DE TIRO.
ESTAVA PONDO FOTOS DE EX-NAMORADAS NOS ALVOS.
NÃO RESPEITO NENHUM CLUBE QUE ME ACEITE COMO SÓCIO.
LEMBRO QUE A FRASE DE CIMA NÃO É MINHA.
A CHUVA CAI JUSTAMENTE NAS HORAS QUE NÃO CARREGO O GUARDA CHUVA.
E SEMPRE QUE CHEGO AO MEU DESTINO ELA PARA.
OS NÚMEROS QUE JOGO NA LOTERIA SÓ SAEM QUANDO NÃO JOGO.
AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS MAIS LEGAIS SÓ SAEM QUANDO NÃO TENHO DINHEIRO.
E ENQUANTO TUDO ISSO ACONTECE, NA MINHA CABEÇA REVERBERA ELA DIZENDO:
- Não vou ficar com você, se eu ficar vai ser por dó. Todas essas tentativas de me conquistar estão sendo em vão.
TENTO DORMIR.
ESTOU SEM SONO.
sábado, 4 de dezembro de 2010
CLICK
À NOITE SINTO OS DEDOS FRIOS DA MORTE FAZENDO CÓCEGAS NOS MEUS PÉS.
DE DIA ME DESPEÇO DOS LUGARES QUE JÁ FREQUENTEI.
AOS POUCOS VOU ME DESPEDINDO DAS PESSOAS QUE CONHECI, MESMO QUE ELAS NÃO SAIBAM.
ÀS VEZES ACELERO O PROCESSO...
COM UM POUCO DE ÁLCOOL
E COM PÓ DE PIRIPIPIM.
O PÓ QUE ME FAZ VOAR.
QUANDO ATERRISO, A MORTE ME RECEBE COM UM CARTAZ DE BOAS VINDAS E UM AMOR NÃO CORRESPONDIDO.
AMORES NÃO CORRESPONDIDOS SÃO A FORMA MAIS CRUEL DE MORRER.
AMORES CORRESPONDIDOS CAUSAM DEPRESSÃO
ÚLCERA
CÂNCER
AMORES NÃO CORRESPONDIDOS TE DEIXAM NUM ETERNO ESTADO DE SUSPENSÃO.
AMORES NÃO CORRESPONDIDOS TE FAZEM CONHECER UMA GAROTA TALENTOSA DA BARÃO DE LIMEIRA.
QUANDO DIGO TALENTOSA ME REFIRO AOS INÚMEROS CLIENTES QUE ELA RECEBE.
EU SOU UM DELES.
MAS O MEU INTERESSE NÃO É ELA.
É O QUE ELA TEM ESCONDIDO NO CRIADO-MUDO.
É O QUE GARANTE A SUA DEFESA DE ALGUM PROPENSO À "JACK, O ESTRIPADOR".
- Você de novo?- ELA DIZ.
- Eu de novo.
- O que você veio fazer ?
- Você sabe.
- É o mesmo esquema: O preço do programa e mais dez reais.
- Eu sei...dez para os produtos de limpeza.
- Você tá vindo demais aqui.
EU SORRIO.
ELA VAI ATÉ O CRIADO- MUDO E LOGO VOLTA COM O 38 E A BALA.
ELA ESTENDE A ARMA.
TENTO PEGAR.
ELA RECUA.
- E o dinheiro?
- Porque a desconfiança? Eu sempre pago.
- Vai que você não tem a mesma sorte.
- Qualquer coisa pode pegar depois.
- Não...nem vem, pode pagar antes. Não quero confusão pra mim, aí depois vem o Capitão Nascimento me botando saco na cabeça.
- Tá...tá bom. Pega o dinheiro e mais dez.
ELA CONTA E ME DÁ A ARMA.
E TUDO ACONTECE MUITO RÁPIDO.
PONHO A BALA NO TAMBOR.
GIRO O TAMBOR.
APONTO PRA MINHA CABEÇA.
ELA GRITA:
- Não, aqui não. Lá no banheiro.
- Por que?
- Olha esse carpete.
- O que tem?
- Novinho. Comprei numa liquidação. Não quero pedaços da sua cabeça nele.
- Tá.
VOU ATÉ O BANHEIRO.
SENTO NA PRIVADA.
OLHO PARA A PORTA E ELA ESTÁ LÁ COM OS OLHOS VIDRADOS EM MIM.
-Vai ficar aí me olhando?
- Claro, vai que você acerta hoje. Aí eu posso falar:- Eu já vi uma pessoa estourando os miolos.
EU SORRIO.
ELA TAMBÉM.
APONTO PRA CABEÇA.
-Posso te fazer uma pergunta?
ELA: -Faz.
- O que você vai fazer comigo depois? Sabe, vai ter um corpo sem cérebro no seu banheiro.
- Ligo pra polícia. Falo que você veio aqui, fez o programa, foi ao banheiro e estourou os miolos.
- Simples assim?
- Simples assim. Com o seu histórico lá na polícia eles vão acreditar rapidinho.
REINA O SILÊNCIO.
SINTO A LATERAL DA MINHA CABEÇA PULSAR.
ESTOU TRÊMULO.
PENSO NO MEU FILHO.
PENSO EM QUEM VAI CUIDAR DOS MEUS GIBIS.
PENSO NA DRIKA, NO MARCOS E NA PAULA E O QUE VÃO FALAR.
PENSO EM TODOS OS MEUS AMIGOS.
PENSO NAS MINHAS EX- NAMORADAS.
E NAQUELA QUE NÃO VAI VOLTAR.
APERTO O GATILHO.
CLICK.
ELA RESPIRA FUNDO.
EU TAMBÉM.
-Bom, não foi dessa vez.Você tem muita sorte garoto.
EU LEVANTO DA PRIVADA E DOU MAIS GRANA PRA ELA.
- Vai tentar de novo?
- Vou.
APONTO PRA CABEÇA.
- Gira o tambor. Você esqueceu.
- Não quero.
- Você sabe o que isso significa né?
- Sei...que você não vai se divertir mais comigo.
AGORA É ELA ESTÁ TRÊMULA.
NÃO PENSO EM NADA.
NEM EM NINGUÉM.
APERTO O GATILHO.
CLICK.
ELA AVANÇA EM MIM E ARRANCA O REVOLVER DA MINHA MÃO.
- Tá...por hoje acabou. Tenho que atender os clientes normais daqui à pouco.
- Ok...acabou o dinheiro.
ELA ABRE A PORTA PARA EU SAIR.
REINA O SILÊNCIO.
- Quando posso voltar?
-Quando tiver dinheiro.
- O pagamento cai dia 7. Então...até semana que vem.
- Até.
SAIO.
APERTO O BOTÃO DO ELEVADOR.
DA PORTA ELA DIZ:
- Ei garoto, não volta mais aqui. Você é muito inteligente e tem muita...muita sorte. Tem gente que mataria pra ter a sua inteligência e a sua sorte. Não desperdiça isso.
O ELEVADOR CHEGA.
OLHO PARA ELA
- Até semana que vem.
ENTRO NO ELEVADOR.
O ELEVADOR DESCE.
OLHO PARA O ESPELHO.
ME SINTO VIVO.
sábado, 27 de novembro de 2010
CONSEQUENCIAS
VOCÊ SÓ SE DÁ CONTA DE QUE FEZ A COISA ERRADA, QUANDO SURGEM AS CONSEQUENCIAS.
SE NÃO HOUVESSEM AS CONSEQUENCIAS.
NÃO TERÍAMOS A SENSAÇÃO...
DE UM NÓ NO ESTÔMAGO
O AMARGO NA BOCA
E ESSE PERMANENTE ESTADO DE LETARGIA.
SE NÃO HOUVESSEM AS CONSEQUENCIAS...
NÃO CHORARÍAMOS COM A CHUVA BATENDO CONTRA A JANELA.
NÃO IAMOS PRO CINEMA SOZINHOS
NÃO PEDIRIAMOS DESCULPAS AO TELEFONE
"DESCULPAS UM TANTO TARDIAS"
E NEM EVITARIAMOS DE ANDAR PELA MESMA RUA QUE TROUXESSE ALGUM TIPO DE LEMBRANÇA.
SE NÃO HOUVESSEM AS CONSEQUENCIAS...
EU NÃO ESCREVERIA ISSO
NÃO ACUMULARIA GARRAFAS DE CERVEJA NO MEU QUARTO
COMERIA LEGUMES E VERDURAS TODOS OS DIAS
E NÃO OLHARIA TANTO PARA A INVENÇÃO DE SAMUEL COLT
COGITANDO UMA LEVE TENDÊNCIA DE ACABAR COM TUDO.
SE NÃO HOUVESSEM AS CONSEQUENCIAS.
NÃO TERÍAMOS A SENSAÇÃO...
DE UM NÓ NO ESTÔMAGO
O AMARGO NA BOCA
E ESSE PERMANENTE ESTADO DE LETARGIA.
SE NÃO HOUVESSEM AS CONSEQUENCIAS...
NÃO CHORARÍAMOS COM A CHUVA BATENDO CONTRA A JANELA.
NÃO IAMOS PRO CINEMA SOZINHOS
NÃO PEDIRIAMOS DESCULPAS AO TELEFONE
"DESCULPAS UM TANTO TARDIAS"
E NEM EVITARIAMOS DE ANDAR PELA MESMA RUA QUE TROUXESSE ALGUM TIPO DE LEMBRANÇA.
SE NÃO HOUVESSEM AS CONSEQUENCIAS...
EU NÃO ESCREVERIA ISSO
NÃO ACUMULARIA GARRAFAS DE CERVEJA NO MEU QUARTO
COMERIA LEGUMES E VERDURAS TODOS OS DIAS
E NÃO OLHARIA TANTO PARA A INVENÇÃO DE SAMUEL COLT
COGITANDO UMA LEVE TENDÊNCIA DE ACABAR COM TUDO.
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
CAIXA VAZIA
HÁ TEMPOS ESTOU SEM ESCREVER.
AS TENTATIVAS DE PÔR ALGUMAS PALAVRAS NO PAPEL SÓ NÃO FORAM MAIORES QUE AS DE SUICÍDIO.
TENTO PÔR AS PALAVRAS NO PAPEL, MAS ME SUJO DO SANGUE QUE SAI DOS MEUS PULSOS.
VOU ATÉ A COZINHA.
DESVIANDO DAS CAIXAS VAZIAS.
AS CAIXAS VAZIAS DOMINARAM A MINHA CASA.
AS CAIXAS VAZIAS ESPALHADAS PELA CASA DENUNCIAM A PALAVRA “MUDANÇA”.
EU SOU UMA CAIXA VAZIA.
LIMPO O SANGUE DOS MEUS PULSOS COM PAPEL TOALHA.
GOSTO DE VER O PAPEL TOALHA ABSORVENDO O SANGUE.
PARO DE SANGRAR.
TENTO NOVAMENTE PÔR AS PALAVRAS NO PAPEL, MAS NÃO ME CONCENTRO.
DEVE SER PELA QUANTIDADE DE TRAMAL E MORFINA QUE INGERI HÁ MEIA HORA.
EU SOU UMA CAIXA VAZIA.
ME SINTO ZONZO.
COMO SE NÃO ESTIVESSE AQUI.
DOU UM TEMPO.
VOU AO BANHEIRO E ENFIO O DEDO NA GARGANTA.
OS LABORATÓRIOS “CRISTÁLIA” AGRADECEM A PREFERÊNCIA.
VOLTE SEMPRE.
ME SINTO UM POUCO MELHOR.
TENTO PÔR AS PALAVRAS NO PAPEL, MAS O CANO DO 38 CINTILA SOBRE A MESA.
ELE ME CHAMA:
- MAIS UMA VEZ, SÓ MAIS UMA VEZ.
EU SOU UMA CAIXA VAZIA.
NÃO RESISTO.
PONHO A BALA.
GIRO O TAMBOR.
PUXO O GATILHO.
CLIC.
TRÊS A ZERO PRA MIM.
DEIXO O 38 DE LADO.
TENTO PÔR AS PALAVRAS NO PAPEL...
OUÇO OS BARULHOS DOS CARROS.
OLHO PARA O FIO ELÉTRICO QUE SAI DO CHUVEIRO.
A DISTÂNCIA DA JANELA DO MEU QUARTO ATÉ A CALÇADA.
A RESISTÊNCIA DO VARAL DE PENDURAR ROUPAS.
EU SOU UMA CAIXA VAZIA.
AS TENTATIVAS DE PÔR ALGUMAS PALAVRAS NO PAPEL SÓ NÃO FORAM MAIORES QUE AS DE SUICÍDIO.
TENTO PÔR AS PALAVRAS NO PAPEL, MAS ME SUJO DO SANGUE QUE SAI DOS MEUS PULSOS.
VOU ATÉ A COZINHA.
DESVIANDO DAS CAIXAS VAZIAS.
AS CAIXAS VAZIAS DOMINARAM A MINHA CASA.
AS CAIXAS VAZIAS ESPALHADAS PELA CASA DENUNCIAM A PALAVRA “MUDANÇA”.
EU SOU UMA CAIXA VAZIA.
LIMPO O SANGUE DOS MEUS PULSOS COM PAPEL TOALHA.
GOSTO DE VER O PAPEL TOALHA ABSORVENDO O SANGUE.
PARO DE SANGRAR.
TENTO NOVAMENTE PÔR AS PALAVRAS NO PAPEL, MAS NÃO ME CONCENTRO.
DEVE SER PELA QUANTIDADE DE TRAMAL E MORFINA QUE INGERI HÁ MEIA HORA.
EU SOU UMA CAIXA VAZIA.
ME SINTO ZONZO.
COMO SE NÃO ESTIVESSE AQUI.
DOU UM TEMPO.
VOU AO BANHEIRO E ENFIO O DEDO NA GARGANTA.
OS LABORATÓRIOS “CRISTÁLIA” AGRADECEM A PREFERÊNCIA.
VOLTE SEMPRE.
ME SINTO UM POUCO MELHOR.
TENTO PÔR AS PALAVRAS NO PAPEL, MAS O CANO DO 38 CINTILA SOBRE A MESA.
ELE ME CHAMA:
- MAIS UMA VEZ, SÓ MAIS UMA VEZ.
EU SOU UMA CAIXA VAZIA.
NÃO RESISTO.
PONHO A BALA.
GIRO O TAMBOR.
PUXO O GATILHO.
CLIC.
TRÊS A ZERO PRA MIM.
DEIXO O 38 DE LADO.
TENTO PÔR AS PALAVRAS NO PAPEL...
OUÇO OS BARULHOS DOS CARROS.
OLHO PARA O FIO ELÉTRICO QUE SAI DO CHUVEIRO.
A DISTÂNCIA DA JANELA DO MEU QUARTO ATÉ A CALÇADA.
A RESISTÊNCIA DO VARAL DE PENDURAR ROUPAS.
EU SOU UMA CAIXA VAZIA.
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
terça-feira, 3 de agosto de 2010
SEM TÍTULO
AS GILETES SAÍRAM DO ARMÁRIO DO BANHEIRO.
AS GARRAFAS DE BEBIDA COMEÇARAM A TILINTAR NO MEU QUARTO.
AS CAIXAS DE ANESTÉSICOS COMEÇARAM A ACUMULAR NO CANTO DA SALA.
O GOSTO AMARGO NA GARGANTA AINDA PERSISTE.
A CASA ESTÁ CADA VEZ MAIS ESCURA.
TENHO DORMIDO CADA VEZ MAIS.
E CADA VEZ MAIS ME DÁ MAIS VONTADE DE DORMIR.
NÃO SINTO MAIS CALOR.
SÓ SINTO FRIO.
OS PENSAMENTOS SOBRE MORTE ESTÃO CADA VEZ MAIS FREQUENTES.
NÃO ME LEMBRO DOS MEUS SONHOS.
E ELA DIZ:
- SEJA FELIZ.
E SE POR ACASO UM DIA FIZEREM UMA BIOGRAFIA MINHA.
VOCÊS VÃO SABER O EXATO MOMENTO EM QUE PUXEI O GATILHO.
AS GARRAFAS DE BEBIDA COMEÇARAM A TILINTAR NO MEU QUARTO.
AS CAIXAS DE ANESTÉSICOS COMEÇARAM A ACUMULAR NO CANTO DA SALA.
O GOSTO AMARGO NA GARGANTA AINDA PERSISTE.
A CASA ESTÁ CADA VEZ MAIS ESCURA.
TENHO DORMIDO CADA VEZ MAIS.
E CADA VEZ MAIS ME DÁ MAIS VONTADE DE DORMIR.
NÃO SINTO MAIS CALOR.
SÓ SINTO FRIO.
OS PENSAMENTOS SOBRE MORTE ESTÃO CADA VEZ MAIS FREQUENTES.
NÃO ME LEMBRO DOS MEUS SONHOS.
E ELA DIZ:
- SEJA FELIZ.
E SE POR ACASO UM DIA FIZEREM UMA BIOGRAFIA MINHA.
VOCÊS VÃO SABER O EXATO MOMENTO EM QUE PUXEI O GATILHO.
EPITÁFIO
EU JÁ PASSEI TANTA FOME NA VIDA QUE JÁ VIROU UMA ESPÉCIE DE HOBBY.
NÃO SÃO MEIA DÚZIAS DE PALAVRAS QUE VÃO ME DEIXAR SEM COMER.
ESTOU PROCURANDO UMA CASA.
ESTOU PROCURANDO UM QUARTO.
UM LUGAR.
QUALQUER LUGAR ONDE NÃO HÁ TANTAS EXIGÊNCIAS.
QUANDO MAIS PRECISAVA DE VOCÊ.
VOCÊ VIROU AS COSTAS E FOI PARA O SHOPPING.
QUANDO MAIS PRECISAVA DE VOCÊ.
VOCÊ ESTAVA OCUPADA DEMAIS ME JULGANDO.
QUANDO MAIS PRECISAVA DE VOCÊ.
FOI A ÉPOCA EM QUE ME SENTI MAIS SÓ.
E QUANDO VOCÊ PRECISOU DE MIM.
ERA TARDE DEMAIS.
ESTOU FICANDO MUITO SOZINHO.
E QUANDO FICO MUITO SÓ, O MEU NARIZ COMEÇA A COÇAR.
O DIA COMEÇA DIFERENTE PARA CADA PESSOA.
PARA UNS É O COMERCIAL DE MARGARINA.
PARA OUTROS É O SUICÍDIO.
VOCÊ FALAVA QUE A MINHA VIDA ERA MUITO INTENSA.
E EU PAREI PRA ESPERAR VOCÊ.
JÁ PERDI TEMPO DEMAIS NISSO.
OU O TEMPO QUE ME PERDEU.
NÃO ESTOU CONSEGUINDO DETER AS FERIDAS QUE ESTÃO NO MEU CORPO.
TENHO UMA CICATRIZ NO PULSO.
VOU FAZER UMA CICATRIZ MAIOR.
SEMPRE QUIS ACABAR UM POEMA FALANDO SOBRE CIGARROS.
MAS NEM SEQUER FUMO.
VENDI O MEU 38.
SÓ ME RESTARAM AS BALAS.
NÃO SÃO MEIA DÚZIAS DE PALAVRAS QUE VÃO ME DEIXAR SEM COMER.
ESTOU PROCURANDO UMA CASA.
ESTOU PROCURANDO UM QUARTO.
UM LUGAR.
QUALQUER LUGAR ONDE NÃO HÁ TANTAS EXIGÊNCIAS.
QUANDO MAIS PRECISAVA DE VOCÊ.
VOCÊ VIROU AS COSTAS E FOI PARA O SHOPPING.
QUANDO MAIS PRECISAVA DE VOCÊ.
VOCÊ ESTAVA OCUPADA DEMAIS ME JULGANDO.
QUANDO MAIS PRECISAVA DE VOCÊ.
FOI A ÉPOCA EM QUE ME SENTI MAIS SÓ.
E QUANDO VOCÊ PRECISOU DE MIM.
ERA TARDE DEMAIS.
ESTOU FICANDO MUITO SOZINHO.
E QUANDO FICO MUITO SÓ, O MEU NARIZ COMEÇA A COÇAR.
O DIA COMEÇA DIFERENTE PARA CADA PESSOA.
PARA UNS É O COMERCIAL DE MARGARINA.
PARA OUTROS É O SUICÍDIO.
VOCÊ FALAVA QUE A MINHA VIDA ERA MUITO INTENSA.
E EU PAREI PRA ESPERAR VOCÊ.
JÁ PERDI TEMPO DEMAIS NISSO.
OU O TEMPO QUE ME PERDEU.
NÃO ESTOU CONSEGUINDO DETER AS FERIDAS QUE ESTÃO NO MEU CORPO.
TENHO UMA CICATRIZ NO PULSO.
VOU FAZER UMA CICATRIZ MAIOR.
SEMPRE QUIS ACABAR UM POEMA FALANDO SOBRE CIGARROS.
MAS NEM SEQUER FUMO.
VENDI O MEU 38.
SÓ ME RESTARAM AS BALAS.
sábado, 24 de julho de 2010
A ARVORE DE TATURANAS
ME LEMBRO QUE ESTUDAVA NUMA ESCOLA QUE TINHA UMA ÁRVORE CHEIA DE TATURANAS.
DE VEZ EM QUANDO CAIA UMA TATURANA EM UM ALUNO E O QUEIMAVA.
TODOS OS ALUNOS ERAM MAIORES DO QUE EU.
A MAIORIA ME BATIA NA HORA DO RECREIO.
ME REFUGIEI EMBAIXO DE UMA ARVORE CHEIA DE TATURANAS.
NINGUÉM TINHA CORAGEM DE FICAR LÁ.
FICAVA O RECREIO INTEIRO DEBAIXO DA ÁRVORE E SÓ SAIA QUANDO BATIA O SINAL.
FIQUEI ANOS FAZENDO ISSO.
AS VEZES CHORAVA SOZINHO PORQUE NINGUÉM FALAVA COMIGO.
ATÉ AS PROFESSORAS ME IGNORAVAM.
FIQUEI COM A FAMA DO MENINO ESTRANHO DAS TATURANAS.
O ESQUISITO.
ISOLADO.
QUIETO.
EU SÓ TINHA SEIS ANOS.
HOJE TENHO TRINTA E UM.
NÃO SEI O QUE ACONTECEU COM OS ALUNOS QUE ESTUDAVAM COMIGO.
SUMIRAM.
COMO SE NUNCA TIVESSEM EXISTIDO
AGORA TENHO MUITOS AMIGOS.
SOU DRAMATURGO, POETA E ESCRITOR.
TENHO UM FILHO.
E AINDA CHORO SOZINHO.
NÃO DEIXARAM DE ME CHAMAR DE ESTRANHO.
NUNCA MAIS ENCONTREI UMA ÁRVORE CHEIA DE TATURANAS.
TUDO BEM.
NÃO PRECISO MAIS DA ÁRVORE.
LOGO, ESSAS PESSOAS SUMIRÃO.
COMO SE NUNCA TIVESSEM EXISTIDO.
DE VEZ EM QUANDO CAIA UMA TATURANA EM UM ALUNO E O QUEIMAVA.
TODOS OS ALUNOS ERAM MAIORES DO QUE EU.
A MAIORIA ME BATIA NA HORA DO RECREIO.
ME REFUGIEI EMBAIXO DE UMA ARVORE CHEIA DE TATURANAS.
NINGUÉM TINHA CORAGEM DE FICAR LÁ.
FICAVA O RECREIO INTEIRO DEBAIXO DA ÁRVORE E SÓ SAIA QUANDO BATIA O SINAL.
FIQUEI ANOS FAZENDO ISSO.
AS VEZES CHORAVA SOZINHO PORQUE NINGUÉM FALAVA COMIGO.
ATÉ AS PROFESSORAS ME IGNORAVAM.
FIQUEI COM A FAMA DO MENINO ESTRANHO DAS TATURANAS.
O ESQUISITO.
ISOLADO.
QUIETO.
EU SÓ TINHA SEIS ANOS.
HOJE TENHO TRINTA E UM.
NÃO SEI O QUE ACONTECEU COM OS ALUNOS QUE ESTUDAVAM COMIGO.
SUMIRAM.
COMO SE NUNCA TIVESSEM EXISTIDO
AGORA TENHO MUITOS AMIGOS.
SOU DRAMATURGO, POETA E ESCRITOR.
TENHO UM FILHO.
E AINDA CHORO SOZINHO.
NÃO DEIXARAM DE ME CHAMAR DE ESTRANHO.
O ESQUISITO.
ISOLADO.
QUIETO.
NUNCA MAIS ENCONTREI UMA ÁRVORE CHEIA DE TATURANAS.
TUDO BEM.
NÃO PRECISO MAIS DA ÁRVORE.
LOGO, ESSAS PESSOAS SUMIRÃO.
COMO SE NUNCA TIVESSEM EXISTIDO.
GERAÇÕES
OS PUNKS TRABALHAM NAS PERNAMBUCANAS.
OS GRUNGES SÃO VENDEDORES DE MÓVEIS.
OS METALEIROS TRABALHAM NO HOSPITAL.
OS HIPPIES TEM UMA PUTA LOJA ALI NA ESQUINA.
OS HARD ROCK SE FORMARAM EM ADMINISTRAÇÃO.
OS GÓTICOS SÃO CAIXAS DE SUPERMERCADO.
FOI ISSO O QUE ACONTECEU COM A MINHA GERAÇÃO.
E O QUE ACONTECERÁ COM A PRÓXIMA E A PRÓXIMA.
NÃO PODEMOS FAZER NADA.
A NÃO SER...
SE DIVERTIR ENQUANTO É TEMPO.
OS GRUNGES SÃO VENDEDORES DE MÓVEIS.
OS METALEIROS TRABALHAM NO HOSPITAL.
OS HIPPIES TEM UMA PUTA LOJA ALI NA ESQUINA.
OS HARD ROCK SE FORMARAM EM ADMINISTRAÇÃO.
OS GÓTICOS SÃO CAIXAS DE SUPERMERCADO.
FOI ISSO O QUE ACONTECEU COM A MINHA GERAÇÃO.
E O QUE ACONTECERÁ COM A PRÓXIMA E A PRÓXIMA.
NÃO PODEMOS FAZER NADA.
A NÃO SER...
SE DIVERTIR ENQUANTO É TEMPO.
domingo, 4 de julho de 2010
NOVA CAMINHADA
UM DIA DESSES GANHEI UM "CONVERSE ALL STAR."
NUNCA TIVE UM ALL STAR NA MINHA VIDA, SEMPRE ME CONFORMAVA COM OS TÊNIS MAIS BARATOS.
COM O TEMPO COMECEI Á USAR BOTAS.
BOTAS SÃO CARAS, MAS DURAM MAIS TEMPO.
A MAIORIA DAS PESSOAS QUE ME CONHECEM, ME CONHECEM POR CAUSA DAS BOTAS E DAS JAQUETAS QUE USO.
DE LONGE ME CONHECEM PELAS MINHAS ROUPAS.
SE ELAS CONTASSEM HISTÓRIAS, NÃO IAM PARAR DE FALAR.
AS GAROTAS DO ROCK.
AS CAMINHADAS NOTURNAS.
AS DROGAS NA 24 DE MAIO.
AS PEÇAS DE TEATRO.
AS CHUVAS.
OS FINS DE NAMORO.
O COMEÇO DE OUTRO.
HISTÓRIAS SEM FIM.
VOU DEIXAR UM POUCO AS MINHAS BOTAS DE LADO E COMEÇAR Á ANDAR COM O ALL STAR.
AFINAL... ELE PRECISA TER O QUE CONTAR.
NUNCA TIVE UM ALL STAR NA MINHA VIDA, SEMPRE ME CONFORMAVA COM OS TÊNIS MAIS BARATOS.
COM O TEMPO COMECEI Á USAR BOTAS.
BOTAS SÃO CARAS, MAS DURAM MAIS TEMPO.
A MAIORIA DAS PESSOAS QUE ME CONHECEM, ME CONHECEM POR CAUSA DAS BOTAS E DAS JAQUETAS QUE USO.
DE LONGE ME CONHECEM PELAS MINHAS ROUPAS.
SE ELAS CONTASSEM HISTÓRIAS, NÃO IAM PARAR DE FALAR.
AS GAROTAS DO ROCK.
AS CAMINHADAS NOTURNAS.
AS DROGAS NA 24 DE MAIO.
AS PEÇAS DE TEATRO.
AS CHUVAS.
OS FINS DE NAMORO.
O COMEÇO DE OUTRO.
HISTÓRIAS SEM FIM.
VOU DEIXAR UM POUCO AS MINHAS BOTAS DE LADO E COMEÇAR Á ANDAR COM O ALL STAR.
AFINAL... ELE PRECISA TER O QUE CONTAR.
quarta-feira, 16 de junho de 2010
REDOMA DE VIDRO
TUDO ESTÁ FICANDO PEQUENO DEMAIS PARA MIM.
A FILEIRA DE PRÉDIOS CINZAS.
OS MENINOS PENDURADOS NA JANELA.
OS CACHORROS LATINDO Á NOITE.
AS MÃES ARRASTANDO AS CRIANÇAS.
AS CRIANÇAS TIRANDO MELECA DO NARIZ.
A PERUA ANUNCIANDO: - SABÃO EM PÓ E ALVEJANTE.
A MULHER DOS SALGADINHOS.
A MULHER DO OVO.
ACORDAR COM O BARULHO DO BEN 10 E O OMNITRIX.
TOMAR CAFÉ NA MESA.
DAR BOM DIA.
SE ASSEGURAR NUM EMPREGO QUE TE DÊ ESTABILIDADE.
CONVERSAR SOBRE OS COLEGAS DE SERVIÇO.
VER O DIA PASSAR PELO RELÓGIO DO COMPUTADOR.
VER AS SENHORAS COMPARANDO PREÇOS NO MERCADO.
RECUSAR INSISTENTEMENTE UM FOLHETO DA IGREJA UNIVERSAL.
ESPERAR O DIA DE PAGAMENTO.
PAGAR AS CONTAS NO CAIXA DO MERCADO OU NA LOTÉRICA.
ME PREOCUPAR EM CASAR.
EM ME APOSENTAR.
TER FILHOS.
TER UMA CASA COM GARAGEM PRA DOIS CARROS.
TER UM PADRÃO DE VIDA QUE TE DEIXE ESCRAVO DE UM CHEFE QUE ACHA "PAULO COELHO" UM GÊNIO.
TUDO ESTÁ PEQUENO DEMAIS PRA MIM.
PRECISO DE AR.
A FILEIRA DE PRÉDIOS CINZAS.
OS MENINOS PENDURADOS NA JANELA.
OS CACHORROS LATINDO Á NOITE.
AS MÃES ARRASTANDO AS CRIANÇAS.
AS CRIANÇAS TIRANDO MELECA DO NARIZ.
A PERUA ANUNCIANDO: - SABÃO EM PÓ E ALVEJANTE.
A MULHER DOS SALGADINHOS.
A MULHER DO OVO.
ACORDAR COM O BARULHO DO BEN 10 E O OMNITRIX.
TOMAR CAFÉ NA MESA.
DAR BOM DIA.
SE ASSEGURAR NUM EMPREGO QUE TE DÊ ESTABILIDADE.
CONVERSAR SOBRE OS COLEGAS DE SERVIÇO.
VER O DIA PASSAR PELO RELÓGIO DO COMPUTADOR.
VER AS SENHORAS COMPARANDO PREÇOS NO MERCADO.
RECUSAR INSISTENTEMENTE UM FOLHETO DA IGREJA UNIVERSAL.
ESPERAR O DIA DE PAGAMENTO.
PAGAR AS CONTAS NO CAIXA DO MERCADO OU NA LOTÉRICA.
ME PREOCUPAR EM CASAR.
EM ME APOSENTAR.
TER FILHOS.
TER UMA CASA COM GARAGEM PRA DOIS CARROS.
TER UM PADRÃO DE VIDA QUE TE DEIXE ESCRAVO DE UM CHEFE QUE ACHA "PAULO COELHO" UM GÊNIO.
TUDO ESTÁ PEQUENO DEMAIS PRA MIM.
PRECISO DE AR.
segunda-feira, 24 de maio de 2010
AMNÉSIA PARCIAL
EU CONHECI UMA GAROTA QUE GOSTAVA DE CHUPAR.
QUANDO ELA ME VIA NÃO FALAVA "OI" E NEM "BOM DIA".
ELA IA LOGO PEGANDO NO MEU PAU.
ELA CHUPAVA, LAMBIA E BRINCAVA COM AS MINHAS BOLAS.
ÁS VEZES CHUPAVA SÓ A CABECINHA E ERA DELICIOSO.
PASSAVA HORAS CHUPANDO.
ÁS VEZES EU DORMIA E ELA CONTINUAVA CHUPANDO.
ÁS VEZES ELA DORMIA COM O MEU PAU NA BOCA.
COM O TEMPO ELA COMEÇOU A COLOCAR COISAS NO MEU PAU E CHUPAVA.
GELO, LEITE CONDENSADO, CALDA DE CHOCOLATE, CHANTILLY....
ATÉ CALDO DE FEIJÃO ELA JÁ COLOCOU.
UM DIA ELA VEIO DA COZINHA COM UM POTE VAZIO E DEIXOU NO QUARTO,VOLTOU PRA COZINHA E QUANDO VEIO PARA O QUARTO TINHA UMA FACA NAS MÃOS.
PENSEI QUE ELA IA FATIÁ-LO.
- Não consigo cortar o pão italiano...me ajuda.
UFA.
MAS ESSA GAROTA SUMIU.
NÃO CONSIGO LEMBRAR O SEU NOME.
NEM A SUA COR.
NEM SE USAVA ÓCULOS.
NEM A COR DOS SEUS OLHOS.
NEM SE ERA MAGRA OU GORDA.
NÃO CONSIGO LEMBRAR DE NADA.
SÓ CONSIGO LEMBRAR DA COR DOS SEUS CABELOS.
POIS ERA O QUE EU MAIS VIA.
O TOPO DA CABEÇA DELA.... INDO E VINDO....INDO E VINDO.
SAUDADES....
TEM COISAS QUE A GENTE NUNCA ESQUECE.
QUANDO ELA ME VIA NÃO FALAVA "OI" E NEM "BOM DIA".
ELA IA LOGO PEGANDO NO MEU PAU.
ELA CHUPAVA, LAMBIA E BRINCAVA COM AS MINHAS BOLAS.
ÁS VEZES CHUPAVA SÓ A CABECINHA E ERA DELICIOSO.
PASSAVA HORAS CHUPANDO.
ÁS VEZES EU DORMIA E ELA CONTINUAVA CHUPANDO.
ÁS VEZES ELA DORMIA COM O MEU PAU NA BOCA.
COM O TEMPO ELA COMEÇOU A COLOCAR COISAS NO MEU PAU E CHUPAVA.
GELO, LEITE CONDENSADO, CALDA DE CHOCOLATE, CHANTILLY....
ATÉ CALDO DE FEIJÃO ELA JÁ COLOCOU.
UM DIA ELA VEIO DA COZINHA COM UM POTE VAZIO E DEIXOU NO QUARTO,VOLTOU PRA COZINHA E QUANDO VEIO PARA O QUARTO TINHA UMA FACA NAS MÃOS.
PENSEI QUE ELA IA FATIÁ-LO.
- Não consigo cortar o pão italiano...me ajuda.
UFA.
MAS ESSA GAROTA SUMIU.
NÃO CONSIGO LEMBRAR O SEU NOME.
NEM A SUA COR.
NEM SE USAVA ÓCULOS.
NEM A COR DOS SEUS OLHOS.
NEM SE ERA MAGRA OU GORDA.
NÃO CONSIGO LEMBRAR DE NADA.
SÓ CONSIGO LEMBRAR DA COR DOS SEUS CABELOS.
POIS ERA O QUE EU MAIS VIA.
O TOPO DA CABEÇA DELA.... INDO E VINDO....INDO E VINDO.
SAUDADES....
TEM COISAS QUE A GENTE NUNCA ESQUECE.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
NÃO CONSIGO...
AQUI PERTO DE CASA TEM UMA CONCESSIONÁRIA DE CARROS.
QUEM TOMA CONTA DOS CARROS É UM GAROTO APELIDADO DE "BUIÚ".
ANTES DELE QUEM TOMAVA CONTA DOS CARROS ERA O PAI DO DELE.
UM DIA DESSES PERGUNTEI PRO BUIÚ:
- Você não se cansa disso? Até quando você vai ficar aqui?
ELE ME DISSE:
- Se sair daqui...não vou ter grana pra sair com as mina no sabadão.
AQUI PERTO DE CASA TEM UMA GAROTA QUE CONHEÇO DESDE PEQUENA.
ELA ERA UMA DESSAS MENINAS QUE TODO MUNDO QUERIA BEIJAR NA ESCOLA.
ELA CRESCEU, VIROU EVANGÉLICA E CASOU.
ÁS VEZES PASSO EM FRENTE A CASA DELA LÁ PELAS CINCO E MEIA DA TARDE E ELA SEMPRE ESTÁ NA JANELA ESPERANDO O MARIDO CHEGAR.
AQUI NA RUA DA MINHA CASA TEM UM JAPONÊS QUE ANDA PRA CIMA E PRA BAIXO VENDENDO QUALQUER TIPO DE COISA.
APARELHOS DE SOM, DVD, CD, FITA DE VIDEO...
ELE OLHA PRA MIM E FALA:
- E aí Magrão, vai um Cd novinho...só rockão de primeira.
LEIO A CAPA DO CD.
"LENDAS DO FORRÓ PARTE 2"
AGRADEÇO E ELE VAI EMBORA.
NÃO CONSIGO VIVER ESSA VIDA.
ÁS VEZES ME SINTO ESTRANHO E VOU PARA OUTRO BAIRRO.
MAS CHEGANDO LÁ VEJO QUE OUTRAS PESSOAS VIVEM ESSE MESMO TIPO DE VIDA.
VIGIAM CARROS, ESPERAM MARIDOS, VENDEM COISAS....
É O STATUS QUO.
UM DIA DESSES FUI NO SHOW DE UM AMIGO MEU.
A GENTE BEBEU ATÉ ÁS CINCO DA MANHÃ.
SÓ PARAMOS PORQUE NO MESMO DIA TINHAMOS ESPETÁCULO PRA FAZER.
TINHAMOS MEDO DE NÃO ACORDAR.
PAREI NA BANCA DE JORNAL E COMPREI O ÚLTIMO "HOMEM ARANHA", ENQUANTO UMA GAROTA LINDA DE MINISSAIA CONVERSAVA COM OUTRA SOBRE OS NOVOS JOGOS DO PLAYSTATION 3.
EU FIQUEI UM TEMPÃO LÁ CONVERSANDO COM ELAS.
QUANDO VI JÁ ERAM NOVE HORAS DA MANHÃ.
A GENTE PAROU NUMA PADARIA E ELAS PEDIRAM UMA CERVEJA, FIQUEI COM VERGONHA DE PEDIR CAFÉ E PEDI UMA CERVEJA TAMBÉM.
A GENTE FICOU MAIS UM TEMPO CONVERSANDO.
OLHEI PARA O RELÓGIO E JÁ ERAM QUASE ONZE HORAS.
DEIXEI ELAS LÁ E VOLTEI PARA CASA PRA DORMIR.
LOGO TENHO SOM PARA FAZER EM UM ESPETÁCULO.
NO CAMINHO VI QUE A CONCESSIONÁRIA JÁ ESTAVA ABERTA E O BUIÚ ESTAVA LIMPANDO UM CARRO.
PERGUNTEI:
- E aí Buiú...limpando carro agora.
E ELE:
- Eles pagam R$ 2,00 por carro e o sabadão tá chegando.
A GAROTA QUE ESPERA O MARIDO ESTAVA CONVERSANDO COM A VIZINHA SOBRE NÃO SEI QUEM QUE MATOU ALGUÉM NA NOVELA DAS OITO.
O JAPONÊS ESTAVA VENDENDO CARREGADORES DE CELULAR.
- Vai aí Magrão?
NÃO SEI PORQUE DE REPENTE, ME LEMBRO QUE TENHO QUE FALAR COM O MÁRIO SOBRE RESERVAR UM INGRESSO PARA UMA PEÇA.
TENHO QUE MANDAR UM E-MAIL PRA CLARAH PRA RESERVAR O "VIDA DE GATO" PRA MIM.
LEMBRAR DE MANDAR PRA RENATA A MINHA ÚLTIMA PEÇA.
COMEÇO Á LEMBRAR DE UM MONTE DE COISAS QUE TENHO QUE FAZER.
JÁ SÃO MEIO DIA.
DESISTO DE DORMIR.
QUEM TOMA CONTA DOS CARROS É UM GAROTO APELIDADO DE "BUIÚ".
ANTES DELE QUEM TOMAVA CONTA DOS CARROS ERA O PAI DO DELE.
UM DIA DESSES PERGUNTEI PRO BUIÚ:
- Você não se cansa disso? Até quando você vai ficar aqui?
ELE ME DISSE:
- Se sair daqui...não vou ter grana pra sair com as mina no sabadão.
AQUI PERTO DE CASA TEM UMA GAROTA QUE CONHEÇO DESDE PEQUENA.
ELA ERA UMA DESSAS MENINAS QUE TODO MUNDO QUERIA BEIJAR NA ESCOLA.
ELA CRESCEU, VIROU EVANGÉLICA E CASOU.
ÁS VEZES PASSO EM FRENTE A CASA DELA LÁ PELAS CINCO E MEIA DA TARDE E ELA SEMPRE ESTÁ NA JANELA ESPERANDO O MARIDO CHEGAR.
AQUI NA RUA DA MINHA CASA TEM UM JAPONÊS QUE ANDA PRA CIMA E PRA BAIXO VENDENDO QUALQUER TIPO DE COISA.
APARELHOS DE SOM, DVD, CD, FITA DE VIDEO...
ELE OLHA PRA MIM E FALA:
- E aí Magrão, vai um Cd novinho...só rockão de primeira.
LEIO A CAPA DO CD.
"LENDAS DO FORRÓ PARTE 2"
AGRADEÇO E ELE VAI EMBORA.
NÃO CONSIGO VIVER ESSA VIDA.
ÁS VEZES ME SINTO ESTRANHO E VOU PARA OUTRO BAIRRO.
MAS CHEGANDO LÁ VEJO QUE OUTRAS PESSOAS VIVEM ESSE MESMO TIPO DE VIDA.
VIGIAM CARROS, ESPERAM MARIDOS, VENDEM COISAS....
É O STATUS QUO.
UM DIA DESSES FUI NO SHOW DE UM AMIGO MEU.
A GENTE BEBEU ATÉ ÁS CINCO DA MANHÃ.
SÓ PARAMOS PORQUE NO MESMO DIA TINHAMOS ESPETÁCULO PRA FAZER.
TINHAMOS MEDO DE NÃO ACORDAR.
PAREI NA BANCA DE JORNAL E COMPREI O ÚLTIMO "HOMEM ARANHA", ENQUANTO UMA GAROTA LINDA DE MINISSAIA CONVERSAVA COM OUTRA SOBRE OS NOVOS JOGOS DO PLAYSTATION 3.
EU FIQUEI UM TEMPÃO LÁ CONVERSANDO COM ELAS.
QUANDO VI JÁ ERAM NOVE HORAS DA MANHÃ.
A GENTE PAROU NUMA PADARIA E ELAS PEDIRAM UMA CERVEJA, FIQUEI COM VERGONHA DE PEDIR CAFÉ E PEDI UMA CERVEJA TAMBÉM.
A GENTE FICOU MAIS UM TEMPO CONVERSANDO.
OLHEI PARA O RELÓGIO E JÁ ERAM QUASE ONZE HORAS.
DEIXEI ELAS LÁ E VOLTEI PARA CASA PRA DORMIR.
LOGO TENHO SOM PARA FAZER EM UM ESPETÁCULO.
NO CAMINHO VI QUE A CONCESSIONÁRIA JÁ ESTAVA ABERTA E O BUIÚ ESTAVA LIMPANDO UM CARRO.
PERGUNTEI:
- E aí Buiú...limpando carro agora.
E ELE:
- Eles pagam R$ 2,00 por carro e o sabadão tá chegando.
A GAROTA QUE ESPERA O MARIDO ESTAVA CONVERSANDO COM A VIZINHA SOBRE NÃO SEI QUEM QUE MATOU ALGUÉM NA NOVELA DAS OITO.
O JAPONÊS ESTAVA VENDENDO CARREGADORES DE CELULAR.
- Vai aí Magrão?
NÃO SEI PORQUE DE REPENTE, ME LEMBRO QUE TENHO QUE FALAR COM O MÁRIO SOBRE RESERVAR UM INGRESSO PARA UMA PEÇA.
TENHO QUE MANDAR UM E-MAIL PRA CLARAH PRA RESERVAR O "VIDA DE GATO" PRA MIM.
LEMBRAR DE MANDAR PRA RENATA A MINHA ÚLTIMA PEÇA.
COMEÇO Á LEMBRAR DE UM MONTE DE COISAS QUE TENHO QUE FAZER.
JÁ SÃO MEIO DIA.
DESISTO DE DORMIR.
sábado, 1 de maio de 2010
quinta-feira, 29 de abril de 2010
O BASÍLIO NAS ONDAS DO RÁDIO
Entrevista com Marcos Gomes "o autor de Basílio,O destemido" feita pela rádio Eldorado. É só clicar no link:
http://int.limao.com.br/eldorado/audios!getPlayerAudio.action?destaque.idGuidSelect=F03F1A5F4AFD4A5F834482E14B64A4B7
Entrevista com Marcos Loureiro "diretor de Basílio,O destemido" feita pela rádio Jovem Pan. É só clicar no link:
http://jovempan.uol.com.br/entretenimento/programas/radioaovivo/estreia-dia-01-de-maio-a-peca-basilio-o-destemido-197222,,0
http://int.limao.com.br/eldorado/audios!getPlayerAudio.action?destaque.idGuidSelect=F03F1A5F4AFD4A5F834482E14B64A4B7
Entrevista com Marcos Loureiro "diretor de Basílio,O destemido" feita pela rádio Jovem Pan. É só clicar no link:
http://jovempan.uol.com.br/entretenimento/programas/radioaovivo/estreia-dia-01-de-maio-a-peca-basilio-o-destemido-197222,,0
terça-feira, 27 de abril de 2010
quarta-feira, 21 de abril de 2010
OVERDOSE
ADMITO QUE SOU VOYERISTA
NINFOMANÍACO
E TENHO UM PÉ NO SADOMASOQUISMO.
ADMITO QUE JÁ ANDEI EM LABIRINTOS DE GOZOS E GEMIDOS.
A GRAFIA DO PORNÔ ME INTERESSA MAIS QUE A POESIA.
JÁ TRANSEI EM LUGARES PÚBLICOS
PARTICULARES
E PÚBICOS.
ADMITO QUE ENTREI EM DARK ROOMS AO SOM DE "HEROIN".
COCAINEI O MONTE EVEREST EM RAVES NUM ECSTASY ELETRO-PUNK.
TRAGUEI A FUMAÇA CANÁBICA E VULCÂNICA DA ISLÂNDIA.
SEGUI DE VOLTA O CAMINHO SEM VOLTA.
FANTASIEI COM AS MULHERES DE MINISSAIA SUBINDO A ESCADA ROLANTE DO METRÔ.
TRABALHEI COM DISTRIBUIDORES DE PRAZERES INSTANTÂNEOS.
TENHO UMA QUEDA POR LÉSBICAS E GAROTAS BISSEXUAIS
POR RUIVAS
JAPONESAS
LOLITAS
COM CABELOS CURTOS...
ENFIM....TENHO UMA QUEDA POR TODAS.
DESDE QUE SAIBAM METER.
ADMITO QUE TENHO UM PROFUNDO RESPEITO PELAS SENHORITAS QUE MANTÊM EM ATIVA A PRIMEIRA PROFISSÃO DO MUNDO.
ADMITO QUE JÁ NAMOREI UMA DELAS.
ADMITO QUE TENHO SONHOS GENOCIDAS COM ESTUDANTES DE ARTES CÊNICAS.
QUE VEJO A CENA DO MAR DE SANGUE DO ILUMINADO DO "KUBRICK" LAVANDO OS CORREDORES DAS FACULDADES DE ARTE.
PARTICIPO DAS PUNHETAS CIBERNÉTICAS EM HOMENAGEM Á SASHA GREY.
ASSISTO "SUPERPOP" SÓ PARA VER AS GAROTAS DE LINGERIE.
SAIO DE CASA SEM SABER QUE HORAS VOLTO.
PERCORRO CÁPSULAS, CACHIMBOS, RUAS , PAPELOTES, VIELAS...
O MEU SANGUE ESTÁ SENDO VENDIDO NA PRÓXIMA ESQUINA.
ALCOOLIZEI TODOS OS PROZACS DA MINHA VIDA.
A RITALINA ENOBRECE O HOMEM.
NAS MINHAS MÃOS TENHO CICATRIZES DE BRIGAS DE RUA.
NO MEU CORAÇÃO TENHO OUTROS TIPOS DE CICATRIZES.
SINTO QUE VIVER VAI ME MATAR.
MAS ME RECUSO "Á VIVER SENTADO NO SOFÁ COM A BOCA ESCANCARADA CHEIA DE DENTES ESPERANDO A MORTE CHEGAR".
UM DIA DESSES TENHO UMA OVERDOSE POR VIVER INTENSAMENTE.
E TUDO ISSO ACABA.
EM ESPASMOS.
NINFOMANÍACO
E TENHO UM PÉ NO SADOMASOQUISMO.
ADMITO QUE JÁ ANDEI EM LABIRINTOS DE GOZOS E GEMIDOS.
A GRAFIA DO PORNÔ ME INTERESSA MAIS QUE A POESIA.
JÁ TRANSEI EM LUGARES PÚBLICOS
PARTICULARES
E PÚBICOS.
ADMITO QUE ENTREI EM DARK ROOMS AO SOM DE "HEROIN".
COCAINEI O MONTE EVEREST EM RAVES NUM ECSTASY ELETRO-PUNK.
TRAGUEI A FUMAÇA CANÁBICA E VULCÂNICA DA ISLÂNDIA.
SEGUI DE VOLTA O CAMINHO SEM VOLTA.
FANTASIEI COM AS MULHERES DE MINISSAIA SUBINDO A ESCADA ROLANTE DO METRÔ.
TRABALHEI COM DISTRIBUIDORES DE PRAZERES INSTANTÂNEOS.
TENHO UMA QUEDA POR LÉSBICAS E GAROTAS BISSEXUAIS
POR RUIVAS
JAPONESAS
LOLITAS
COM CABELOS CURTOS...
ENFIM....TENHO UMA QUEDA POR TODAS.
DESDE QUE SAIBAM METER.
ADMITO QUE TENHO UM PROFUNDO RESPEITO PELAS SENHORITAS QUE MANTÊM EM ATIVA A PRIMEIRA PROFISSÃO DO MUNDO.
ADMITO QUE JÁ NAMOREI UMA DELAS.
ADMITO QUE TENHO SONHOS GENOCIDAS COM ESTUDANTES DE ARTES CÊNICAS.
QUE VEJO A CENA DO MAR DE SANGUE DO ILUMINADO DO "KUBRICK" LAVANDO OS CORREDORES DAS FACULDADES DE ARTE.
PARTICIPO DAS PUNHETAS CIBERNÉTICAS EM HOMENAGEM Á SASHA GREY.
ASSISTO "SUPERPOP" SÓ PARA VER AS GAROTAS DE LINGERIE.
SAIO DE CASA SEM SABER QUE HORAS VOLTO.
PERCORRO CÁPSULAS, CACHIMBOS, RUAS , PAPELOTES, VIELAS...
O MEU SANGUE ESTÁ SENDO VENDIDO NA PRÓXIMA ESQUINA.
ALCOOLIZEI TODOS OS PROZACS DA MINHA VIDA.
A RITALINA ENOBRECE O HOMEM.
NAS MINHAS MÃOS TENHO CICATRIZES DE BRIGAS DE RUA.
NO MEU CORAÇÃO TENHO OUTROS TIPOS DE CICATRIZES.
SINTO QUE VIVER VAI ME MATAR.
MAS ME RECUSO "Á VIVER SENTADO NO SOFÁ COM A BOCA ESCANCARADA CHEIA DE DENTES ESPERANDO A MORTE CHEGAR".
UM DIA DESSES TENHO UMA OVERDOSE POR VIVER INTENSAMENTE.
E TUDO ISSO ACABA.
EM ESPASMOS.
domingo, 11 de abril de 2010
LIÇÃO DE CASA
'Jamais tive uma overdose; não vi os Sex Pistols no Chalet du Lac; não estive no Bronx nos primórdios do hip-hop; não vi os Beatles ao vivo no Ed Sullivan Show; não fui aos shows do Elvis em 55; não compartilhei groupies com o Led Zeppelin; não sou um crítico de rock profissional; não tenho vontade de ser completo, objetivo ou de boa-fé. Em suma, não tenho nenhuma legitimidade para escrever este livro, e foi por todas essas razões que mesmo assim o escrevi.'
Hervé Bourhis
LEITURA OBRIGATÓRIA
sábado, 10 de abril de 2010
UM OUTRO DIA NA MINHA VIDA.
EU ME LEMBRO QUANDO ELA ME DISSE:
- Fica lá em casa comigo por uma semana.
- Pra quê?
- Pra gente vê como vai ser nossa vida de casado...sabe...tipo um estágio.
- Um estágio?
- É. Fica tipo...de segunda á sexta. Aja como se você estivesse em casa.
CONCORDEI COM A PROPOSTA.
NO PRIMEIRO DIA NÃO DEU CERTO, ELA TINHA QUE IR AO BANCO, PAGAR ALGUMAS CONTAS.
NO SEGUNDO DIA FUI TRABALHAR E DE LÁ FUI PRA CASA DELA.
JANTEI.
ASSISTI A NOVELA DAS OITO QUE PASSA ÁS NOVE.
ASSISTI O QUE PASSOU DEPOIS DA NOVELA.
AJUDEI O FILHO DELA Á FAZER A LIÇÃO.
HORA DE DORMIR.
TERCEIRO DIA.
ELA FOI TRABALHAR.
TIVE QUE SAIR.
VOLTEI... PEGUEI A CHAVE DE CASA NO SERVIÇO DELA.
ASSISTI A SESSÃO DA TARDE.
ASSISTI MALHAÇÃO.
ELA CHEGOU.
AJUDO ELA Á FAZER A JANTA.
O FILHO DELA CHEGA.
ELE LIGA O PLAYSTATION.
ELE TEM PROVA AMANHÃ.
ESTUDAMOS COM ELE.
JANTAMOS.
VEMOS A NOVELA.
DEPOIS TEM JOGO.
MUDAMOS DE CANAL.
" Se você acertar a pergunta, ganha uma linda coleção de potes de metal."
ELA ACERTA.
ELA GANHA OS POTES DE METAL.
ELA VAI TOMAR BANHO.
PÕE O FILHO PRA DORMIR.
FODEMOS.
DORMIMOS.
6:15.
BIP....BIP...BIP...
QUARTO DIA
TENHO QUE IR TRABALHAR.
CHEGO ATRASADO.
FAÇO O MEU SERVIÇO.
ELA ME LIGA.
-Passa no mercado e trás pão.
- O que mais?
- Alguma coisa fácil de fazer á noite.
- Nuggets?
- Você que sabe.
PASSO NO MERCADO.
PROMOÇÃO DE LASANHA.
OLHO A VALIDADE.
DÁ PRA COMER.
CHEGO COM A LASANHA E O PÃO.
ELA PÕE A LASANHA NO FORNO.
O FILHO DELA CHEGA.
LIÇÃO.
PLAYSTATION.
PROVA AMANHÃ.
OLHO NO CADERNO DELE...ELE TEM FILOSOFIA.
ELE TEM OITO ANOS.
TEM ESPANHOL, INGLÊS, ROBÓTICA, INFORMÁTICA, PORTUGUÊS, MATEMÁTICA E ÓPIO PARA ANESTESIAR A INFÂNCIA.
ESCOLA PARTICULAR.
REDUTO DOS MAURICINHOS DA PERIFERIA.
FORTALEZA DOS QUE NÃO CONSEGUEM SOBREVIVER NA PERIFERIA.
“Na verdade, o domínio sobre os signos lingüísticos escritos, mesmo pela criança que se alfabetiza, pressupõe uma experiência social que o precede – a da ‘leitura’ do mundo.” -Paulo Freire.
FECHO O CADERNO.
ELA VAI TOMAR BANHO.
O FILHO DELA VAI DORMIR ALHEIO AO MUNDO Á SUA VOLTA E SEMPRE PERMANECERÁ ALHEIO.
VAMOS DORMIR.
NO MEIO DA NOITE ELA ACORDA.
DOR.
DOR NO ESTÕMAGO.
PASSAMOS Á NOITE ACORDADOS.
AMANHECE.
FALO PRA ELA NÃO IR TRABALHAR.
ELA QUER IR.
ELA É RESPONSÁVEL.
Vai trabalhar, vagabundo
Vai trabalhar, criatura
Deus permite a todo mundo
Uma loucura
Passa o domingo em familia
Segunda-feira beleza
Embarca com alegria
Na correnteza
Vai te enforcar
Vai te entregar
Vai te estragar
Vai trabalhar
- Chico Buarque
BRIGAMOS.
ELA PASSA NO MÉDICO.
NÃO É NADA GRAVE.
MAS ESSA NOITE ELA VAI PRA CASA DA MÃE.
LÁ TEM SOPA QUENTE.
ELA TAMBÉM ESTUDOU EM ESCOLA PARTICULAR.
Todos nós nascemos originais e morremos cópias. -Carl Jung
ANTES DELA IR PRA CASA DA MÃE, PEGO A MINHA MOCHILA COM AS ROUPAS.
VOLTO PRA CASA.
PONHO A MOCHILA NO QUARTO.
LIGO O COMPUTADOR.
FRASE DO DIA:
"Ser normal é a meta dos fracassados!"
CONCORDO.
SÃO 22:35.
A NOITE ME CHAMA.
- Fica lá em casa comigo por uma semana.
- Pra quê?
- Pra gente vê como vai ser nossa vida de casado...sabe...tipo um estágio.
- Um estágio?
- É. Fica tipo...de segunda á sexta. Aja como se você estivesse em casa.
CONCORDEI COM A PROPOSTA.
NO PRIMEIRO DIA NÃO DEU CERTO, ELA TINHA QUE IR AO BANCO, PAGAR ALGUMAS CONTAS.
NO SEGUNDO DIA FUI TRABALHAR E DE LÁ FUI PRA CASA DELA.
JANTEI.
ASSISTI A NOVELA DAS OITO QUE PASSA ÁS NOVE.
ASSISTI O QUE PASSOU DEPOIS DA NOVELA.
AJUDEI O FILHO DELA Á FAZER A LIÇÃO.
HORA DE DORMIR.
TERCEIRO DIA.
ELA FOI TRABALHAR.
TIVE QUE SAIR.
VOLTEI... PEGUEI A CHAVE DE CASA NO SERVIÇO DELA.
ASSISTI A SESSÃO DA TARDE.
ASSISTI MALHAÇÃO.
ELA CHEGOU.
AJUDO ELA Á FAZER A JANTA.
O FILHO DELA CHEGA.
ELE LIGA O PLAYSTATION.
ELE TEM PROVA AMANHÃ.
ESTUDAMOS COM ELE.
JANTAMOS.
VEMOS A NOVELA.
DEPOIS TEM JOGO.
MUDAMOS DE CANAL.
" Se você acertar a pergunta, ganha uma linda coleção de potes de metal."
ELA ACERTA.
ELA GANHA OS POTES DE METAL.
ELA VAI TOMAR BANHO.
PÕE O FILHO PRA DORMIR.
FODEMOS.
DORMIMOS.
6:15.
BIP....BIP...BIP...
QUARTO DIA
TENHO QUE IR TRABALHAR.
CHEGO ATRASADO.
FAÇO O MEU SERVIÇO.
ELA ME LIGA.
-Passa no mercado e trás pão.
- O que mais?
- Alguma coisa fácil de fazer á noite.
- Nuggets?
- Você que sabe.
PASSO NO MERCADO.
PROMOÇÃO DE LASANHA.
OLHO A VALIDADE.
DÁ PRA COMER.
CHEGO COM A LASANHA E O PÃO.
ELA PÕE A LASANHA NO FORNO.
O FILHO DELA CHEGA.
LIÇÃO.
PLAYSTATION.
PROVA AMANHÃ.
OLHO NO CADERNO DELE...ELE TEM FILOSOFIA.
ELE TEM OITO ANOS.
TEM ESPANHOL, INGLÊS, ROBÓTICA, INFORMÁTICA, PORTUGUÊS, MATEMÁTICA E ÓPIO PARA ANESTESIAR A INFÂNCIA.
ESCOLA PARTICULAR.
REDUTO DOS MAURICINHOS DA PERIFERIA.
FORTALEZA DOS QUE NÃO CONSEGUEM SOBREVIVER NA PERIFERIA.
“Na verdade, o domínio sobre os signos lingüísticos escritos, mesmo pela criança que se alfabetiza, pressupõe uma experiência social que o precede – a da ‘leitura’ do mundo.” -Paulo Freire.
FECHO O CADERNO.
ELA VAI TOMAR BANHO.
O FILHO DELA VAI DORMIR ALHEIO AO MUNDO Á SUA VOLTA E SEMPRE PERMANECERÁ ALHEIO.
VAMOS DORMIR.
NO MEIO DA NOITE ELA ACORDA.
DOR.
DOR NO ESTÕMAGO.
PASSAMOS Á NOITE ACORDADOS.
AMANHECE.
FALO PRA ELA NÃO IR TRABALHAR.
ELA QUER IR.
ELA É RESPONSÁVEL.
Vai trabalhar, vagabundo
Vai trabalhar, criatura
Deus permite a todo mundo
Uma loucura
Passa o domingo em familia
Segunda-feira beleza
Embarca com alegria
Na correnteza
Vai te enforcar
Vai te entregar
Vai te estragar
Vai trabalhar
- Chico Buarque
BRIGAMOS.
ELA PASSA NO MÉDICO.
NÃO É NADA GRAVE.
MAS ESSA NOITE ELA VAI PRA CASA DA MÃE.
LÁ TEM SOPA QUENTE.
ELA TAMBÉM ESTUDOU EM ESCOLA PARTICULAR.
Todos nós nascemos originais e morremos cópias. -Carl Jung
ANTES DELA IR PRA CASA DA MÃE, PEGO A MINHA MOCHILA COM AS ROUPAS.
VOLTO PRA CASA.
PONHO A MOCHILA NO QUARTO.
LIGO O COMPUTADOR.
FRASE DO DIA:
"Ser normal é a meta dos fracassados!"
CONCORDO.
SÃO 22:35.
A NOITE ME CHAMA.
domingo, 21 de março de 2010
UM DIA NA MINHA VIDA
ACORDO DEPOIS DO MEIO DIA COM O BARULHO DA OFICINA EM FRENTE Á MINHA CASA.
VOU TOMAR CAFÉ.
SÓ TEM DUAS FATIAS DE PÃO DE FORMA E O RESTO DE REQUEIJÃO.
LIGO O COMPUTADOR.
RESPONDO UNS E-MAILS.
E-MAIL 1
Oi, Luis.
Como é que tá?
Como você é o tarado que tá mais a mão, peço pra ti mesmo: Cite vários nomes de revistas eróticas (das que trazem continhos eróticos e pornográficos) das mais toscas as menos. (mas me dá um toque de quais são as mais toscas, tá?, são essas que mais interessam)
E-MAIL 2
Use as suas opiniões nesta pesquisa para mudar as coisas
E-MAIL 3
Você está passando por um novo trânsito astrológico
E-MAIL 4
quer namorar comigo??? Rsrsrsrsrsrs
E-MAIL 5
Luis, é sério...preciso da sua ajuda.
Tem como me arrumar umas daquelas pilulas do dia seguinte...tô sem grana.
Me liga logo.
DESLIGO O COMPUTADOR E LIGO PRA GAROTA.
-TAL HORA OK?
-OK?
VOU ATRÁS DAS PILULAS.
CONSIGO.
ENCONTRO A GAROTA E ELA TREME.
- Fica comigo, enquanto tomo.
- Tá.
- Me paga uma água?
- Pra quê?
-Pra tomar o comprimido, ué?
COMPRO A ÁGUA.
ELA TOMA O COMPRIMIDO.
LEIO A BULA.
-Você tem que tomar outro daqui á 12 horas.
- É ....eu sei.
- Você quer o dinheiro da água?
ELA ME MOSTRA A LINGUA E VAI EMBORA SEM AGRADECER.
PASSO NO BAR E UNS CARAS QUE CONHEÇO NA HORA ME PAGAM UM "RABO DE GALO".
COMPRO UM CHURRASCO POR UM R$1,30.
"ACHO UM ROUBO".
VOU PARA CASA.
TENTO ESCREVER.
MEU VIZINHO É ATOR.
ELE PASSA O TEXTO PULANDO CORDA NA LAJE.
NÃO ENTENDO NADA DO TEXTO.
OUÇO MAIS A CORDA DO QUE ELE FALANDO.
A CORDA DEVIA ATUAR.
TOCA O TELEFONE.
-Até o momento não constamos o pagamento da sua conta telefônica ...
DESLIGO O TELEFONE.
ME MANDAM UM TEXTO PARA LER.
DO NAMORADO DE UMA AMIGA MINHA.
-Lê com carinho, ele escreve bem...mas é um autor incompreendido.
LEIO O TEXTO.
ELA TINHA RAZÃO.
NÃO COMPREENDI O TEXTO.
SINTO FALTA DOS MEUS AMIGOS .
SAIO SEM PREVISÃO QUE HORAS VOLTO.
VOU PARAR NA PAULISTA.
LER LIVROS DE GRAÇA NA FNAC.
DEGUSTAR NO EXTRA DA BRIGADEIRO.
BEBER NO BAR EM FRENTE Á FACULDADE PAULISTA DE ARTES.
É ENGRAÇADO VER O PESSOAL DISCUTIR ARTE NA MESA DO BAR.
ELES SÓ FALAM ALGO LOUVÁVEL QUANDO JÁ ESTÃO BÊBADOS.
O PROBLEMA É QUE ELES NUNCA SE LEMBRARÃO.
CONHEÇO UMA GALERA DE ARTES CÊNICAS E TUDO SE APAGA NA MINHA CABEÇA.
ACORDO NA AUGUSTA COM TRÊS GATOS CHEIRANDO A MINHA JAQUETA E DUAS GAROTAS ME CHAMANDO PRA TOMAR CAFÉ.
TOMO O CAFÉ.
NÃO ME LEMBRO DELAS.
NEM DE NINGUÉM.
TEM TANTA GENTE NO APARTAMENTO QUE NÃO DÁ PRA SABER QUEM É O DONO OU DONA.
OLHO AS HORAS.
13:34
VOU EMBORA.
CHEGO EM CASA.
LIGO O COMPUTADOR.
E-MAIL 1
Cadê as revistas eróticas?
E-MAIL 2
Use as suas opiniões nesta pesquisa para mudar as coisas
E-MAIL 3
Você está passando por um novo trânsito astrológico
E-MAIL 4
quer namorar comigo???
E-MAIL 5
Obrigada.
FELIZ...POR MAIS UM DIA.
VOU TOMAR CAFÉ.
SÓ TEM DUAS FATIAS DE PÃO DE FORMA E O RESTO DE REQUEIJÃO.
LIGO O COMPUTADOR.
RESPONDO UNS E-MAILS.
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Oi, Luis.
Como é que tá?
Como você é o tarado que tá mais a mão, peço pra ti mesmo: Cite vários nomes de revistas eróticas (das que trazem continhos eróticos e pornográficos) das mais toscas as menos. (mas me dá um toque de quais são as mais toscas, tá?, são essas que mais interessam)
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quer namorar comigo??? Rsrsrsrsrsrs
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Luis, é sério...preciso da sua ajuda.
Tem como me arrumar umas daquelas pilulas do dia seguinte...tô sem grana.
Me liga logo.
DESLIGO O COMPUTADOR E LIGO PRA GAROTA.
-TAL HORA OK?
-OK?
VOU ATRÁS DAS PILULAS.
CONSIGO.
ENCONTRO A GAROTA E ELA TREME.
- Fica comigo, enquanto tomo.
- Tá.
- Me paga uma água?
- Pra quê?
-Pra tomar o comprimido, ué?
COMPRO A ÁGUA.
ELA TOMA O COMPRIMIDO.
LEIO A BULA.
-Você tem que tomar outro daqui á 12 horas.
- É ....eu sei.
- Você quer o dinheiro da água?
ELA ME MOSTRA A LINGUA E VAI EMBORA SEM AGRADECER.
PASSO NO BAR E UNS CARAS QUE CONHEÇO NA HORA ME PAGAM UM "RABO DE GALO".
COMPRO UM CHURRASCO POR UM R$1,30.
"ACHO UM ROUBO".
VOU PARA CASA.
TENTO ESCREVER.
MEU VIZINHO É ATOR.
ELE PASSA O TEXTO PULANDO CORDA NA LAJE.
NÃO ENTENDO NADA DO TEXTO.
OUÇO MAIS A CORDA DO QUE ELE FALANDO.
A CORDA DEVIA ATUAR.
TOCA O TELEFONE.
-Até o momento não constamos o pagamento da sua conta telefônica ...
DESLIGO O TELEFONE.
ME MANDAM UM TEXTO PARA LER.
DO NAMORADO DE UMA AMIGA MINHA.
-Lê com carinho, ele escreve bem...mas é um autor incompreendido.
LEIO O TEXTO.
ELA TINHA RAZÃO.
NÃO COMPREENDI O TEXTO.
SINTO FALTA DOS MEUS AMIGOS .
SAIO SEM PREVISÃO QUE HORAS VOLTO.
VOU PARAR NA PAULISTA.
LER LIVROS DE GRAÇA NA FNAC.
DEGUSTAR NO EXTRA DA BRIGADEIRO.
BEBER NO BAR EM FRENTE Á FACULDADE PAULISTA DE ARTES.
É ENGRAÇADO VER O PESSOAL DISCUTIR ARTE NA MESA DO BAR.
ELES SÓ FALAM ALGO LOUVÁVEL QUANDO JÁ ESTÃO BÊBADOS.
O PROBLEMA É QUE ELES NUNCA SE LEMBRARÃO.
CONHEÇO UMA GALERA DE ARTES CÊNICAS E TUDO SE APAGA NA MINHA CABEÇA.
ACORDO NA AUGUSTA COM TRÊS GATOS CHEIRANDO A MINHA JAQUETA E DUAS GAROTAS ME CHAMANDO PRA TOMAR CAFÉ.
TOMO O CAFÉ.
NÃO ME LEMBRO DELAS.
NEM DE NINGUÉM.
TEM TANTA GENTE NO APARTAMENTO QUE NÃO DÁ PRA SABER QUEM É O DONO OU DONA.
OLHO AS HORAS.
13:34
VOU EMBORA.
CHEGO EM CASA.
LIGO O COMPUTADOR.
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Obrigada.
FELIZ...POR MAIS UM DIA.
sexta-feira, 19 de março de 2010
quarta-feira, 17 de março de 2010
sábado, 13 de março de 2010
sexta-feira, 12 de março de 2010
terça-feira, 9 de março de 2010
DEIXA A MÔNICA SABER DISSO
Violência na Turma da Mônica
Por Dioclécio Luz em 23/2/2010
Existe uma certa condescendência por parte da imprensa – e mais ainda da crítica – em relação à Turma da Mônica. Muito provavelmente por razões nacionalistas – não é de hoje que os quadrinhos brasileiros tentam se impor no mercado nacional diante das grandes empresas norte-americanas. Ocupar o mercado nacional, porém, não é mais problema para a Turma da Mônica – ela é hoje a revista infantil mais vendida do país, desbancando Disney e companhia.
Na verdade, a exemplo da Disney, a Turma da Mônica, há muito tempo é bem mais que um grupo de personagens de Histórias em Quadrinhos (HQ). Estamos tratando de uma marca fazedora de dinheiro de uma grande empresa – Maurício de Souza Produções – que se manifesta em brinquedos, sabonetes, xampus, fraldas, pentes, parques temáticos... Enfim, uma gigantesca quantidade de produtos infantis.
A questão, porém, não é a dimensão ou os negócios da empresa. Não é o que interessa no momento. Vai se tratar aqui dos personagens da Turma e, em especial, da relação desses personagens com a violência.
O principal deles é, claro, a própria Mônica. A garotinha tem uma característica: ela resolve as coisas na porrada. Tudo. Este é um elemento educativo complicado. Ao invés do diálogo, da negociação, apela-se para a violência. Quando está em apuros, é no braço, ou fazendo uso do seu coelhinho, que Mônica resolve. Moral da história: em situações de conflito, ganha o mais forte.
Hábito que aprendeu com o pai
A Mônica é exemplo de um fenômeno muito comum entre as crianças, em especial nas escolas: o bulling. Pode se dizer que o bulling é uma agressão verbal e sistemática à criança, quando se apelidos que a incomodam, pejorativos, nomeando-a por algo que ela não gosta. No caso, Mônica é chamada de "dentuça", "gorducha" e "baixinha". Isso a deixa irritada. E ela resolve, claro, na porrada. É evidente que, na vida real, nenhum psicólogo iria sugerir o método Mônica para resolver os problemas do bulling. Seria por demais primitivo. No entanto, espantosamente, ele está presente nos gibis da Turma da Mônica. Tudo indica (seria preciso uma pesquisa mais aprofundada) que a solução pela violência é o tema mais recorrente nas histórias em que a garotinha aparece.
Ao que parece, os adultos leitores ou pais de crianças que lêem os gibis da Mônica são condescendente com esta prática da violência. Afinal, para uns, "é uma menina". Isto é, violência feminina pode, masculina não. Na verdade, estamos transferindo para o mundo infantil uma cultura do mundo adulto. A lógica é: se o nosso mundo adulto é machista, com extraordinários índices de violência masculina contra a mulher, é bom que as mulheres reajam. Esse pensamento comete um erro grave: a violência contra a mulher não pode ser corrigida com a mulher também sendo violenta. Quando ela usa as mesmas armas do homem-machista está se igualando a ele. Claro, há momentos em que é preciso se defender, reagir, partir para a luta e aí vale tudo – porque pode ser uma questão de sobrevivência, inclusive. Mas não creio que seja bem aceita na sociedade a mulher que tem por hábito, como o homem violento e machista, resolver tudo na porrada.
De qualquer forma, esse é um problema do mundo dos adultos. Ainda não faz parte do universo infantil. Corrija-se: faz sim, quando as crianças observam os pais e como eles agem para resolver seus conflitos. Se o pai resolve na porrada, o filho ou a filha vão saber que é assim que deve ser feito. É desse modo que se constrói a personalidade. Enfim, numa leitura superficial pode se dizer que se a Mônica tem o hábito de resolver as coisas na porrada, a princípio, direta ou indiretamente, ela aprendeu isso com seu pai ou sua mãe – pela ação ou omissão, atos ou palavras. A princípio, porque teríamos que fazer uma análise mais aprofundada do seu caráter.
A ótica do hormônio
A Mônica, porém, não é um caso, uma personagem de gibi. Ela é um símbolo. Milhares de crianças lêem a Mônica. E o que estão aprendendo?
1) as coisas se resolvem na porrada;
2) a regra é olho por olho, dente por dente;
3) o bulling deve ser praticado;
3) a inteligência ou a sensibilidade não devem ser usados para resolver conflitos.
É o caso de se comparar a Turma da Mônica com outras turmas. Pode-se pensar na Mafalda, do argentino Quino. Mafalda é brilhante. Mesmo sendo uma HQ para adultos, os conflitos são resolvidos com inteligência e muita sensibilidade. Alguns personagens são cruéis, mas dificilmente alguém sai no tapa; não é comum, mas ocorre. Mas nenhum deles tem na violência sua marca, como é o caso da Mônica.
Outra turma brilhante é a do Calvin, do norte-americano Bill Watterson. Não é exatamente para crianças, mas elas também podem participar das histórias de um garotinho nada fácil que vive questionando as nossas regras morais ou sociais. Por exemplo, Calvin costuma fazer compras de bazucas e metralhadoras por telefone... Calvin tem uma "amiga", a Susie, a quem vive importunando. Quase sempre ele leva a pior. Mas, se observa, é uma questão de gênero – os meninos na sua idade não gostam de brincar com meninas. Eles pensam coisas diferentes do que elas pensam; cada qual vê o mundo diferente – pela ótica do seu hormônio. E, às vezes, ela sai no tapa com ele. Mas a violência não é um traço seu. Susie não é a mandona da rua ou da escola.
Desvios comportamentais
É importante registrar que Calvin e Mafalda são personagens com fundamentos sociais revolucionários; são filósofos – eles fazem o leitor refletir sobre o mundo, sobre a sociedade, o nosso modo de vida, a política, os costumes, e claro, a relação dos adultos com as crianças. A turma da Mônica não tem nada disso. Essa gurizada é extremamente conservadora e moralista. Reproduzem as tradições, os costumes, as modas e modos sociais, sem questionamentos. Talvez por isso, a violência com que a Mônica lida com os conflitos seja uma prática comum.
Na escola de Calvin há uma criança, Mool, um grandalhão que costuma bater nas outras crianças e resolver tudo na porrada. Mas seu autor, Bill Watterson, coloca-o no seu devido lugar: Mool é tratado como um grosso, sem nada na cabeça, um gorila. Ele é o resumo caricato de todo cara (ou instituição) que adota a força para se impor sobre os outros. No caso da Mônica ocorre exatamente o contrário: a palavra final, a decisão sobre os conflitos, quem dá é o personagem que tem mais força, isto é, a Mônica. E essa sua característica de violência é transformada numa virtude – devidamente premiada com a solução dos conflitos em que se envolve e a satisfação dos seus desejos.
O outro aspecto a se observar na Turma da Mônica é o abuso dos clichês. Pelo menos três personagens são clichês: Mônica, como se viu, a que resolve as coisas na porrada; Cascão, que odeia água; Magali, a comilona. Antes de tudo, note-se que são clichês negativos. Ninguém da turma é conhecido por ser inteligente, criativo, sensível, cuidadoso, gentil, amável, isto é, por qualidades humanas, por virtudes humanas. Na verdade, temos, mais uma vez, o incentivo ao bulling – esses três personagens trazem consigo motivos para discriminação e para serem agredidos pelos colegas.
O problema dos clichês nos personagens é que eles não existem fora disso. Cascão ou Magali (e a Mônica) não existem fora dessas suas "virtudes". As observações, as visões do mundo, as idéias, as sugestões, tudo isso que dá personalidade a um personagem, não existe na Turma da Mônica. A gente sabe que é Magali quando ela fala em comida; a gente sabe que é Cascão por seu ódio à água; a Mônica aparece quando é hora da porrada. Mas essas características de Cascão e Magali, como veremos mais adiante, não são exatamente traços de personalidade, e sim, desvios comportamentais. A violência da Mônica, sim, está mais próximo de um problema de personalidade.
Por que Magali não engorda?
A Magali merece uma observação mais cuidadosa. Ela é uma menina que tem obsessão por comida. E como as histórias da Maurício de Souza Produções abordam isso? Como algo normal. Ter obsessão por comer, para a Maurício de Souza Produções, não é problema.
Há uma confusão no discurso da Magali (o dela e o de quem a faz falar): a obsessão por comida é considerada um traço da sua personalidade, mas não causa efeitos negativos sobre a saúde. Esse é o problema. Se uma criança que tenha obsessão por comer se identificar com Magali, não vai se esforçar para romper com essa obsessão.
O que se percebe é que o assunto – o desejo de comer sempre mais – é muito sério para ser tratado da maneira como trata a Turma da Mônica. O Brasil tem uma população obesa de adultos que ultrapassa 50%. Entre os pobres, os percentuais podem chegar a 60%. No ano passado, o Ministério da Saúde fez uma campanha contra a obesidade das crianças. E obesidade é doença, reconhece a Organização Mundial da Saúde. Magali, porém, embora tenha essa obsessão pela comida, não é uma menina obesa. Isto é, os roteiristas e desenhistas eliminaram das histórias o que é consequência natural de quem come demais. Todo mundo que come bastante engorda. Magali, não. Porque a Maurício de Souza Produções eliminou essa parte da história da Magali? Pode-se pensar em várias alternativas: para focar no clichê da obsessão por comida; para não discriminar leitores e leitoras que têm essa obsessão; para não ferir os interesses comerciais da revista que costuma publicar anúncios de biscoitos e guloseimas para o público infantil. Seja como for, a abordagem é extremamente perigosa para o leitor, principalmente para aquele ou aquela que tem obsessão por comida.
As marcas das personalidades
A questão da personalidade merece mais atenção.
Observando os clássicos dos quadrinhos pode se notar que os personagens têm personalidade. Não é necessário olhar a imagem para distinguir nos balões se quem fala é Batman ou Robin, Tarzan ou Guran, Flash Gordon, Fantasma; Miguelito, Felipe, Mafalda ou Manolito. A bem da verdade, diga-se que Quino também usa clichês, como Suzie (que é tudo que a mulher passiva deve ser) e Manolito (o capitalista radical). Mas, está bem claro aí que esses personagens são símbolos caricaturados de uma proposta de sociedade que ele (o autor) condena. De fato, estes dois aparecem como representações semióticas do cenário político ideológico da sociedade criticada por Mafalda e sua turma. Seriam o contraponto ao mundo que Mafalda (Quino) pensa. E mesmo assim não se pode dizer que não tenham personalidade. Suzie e Manolito pensam e agem conforme a postura ideológica de cada um. Eliminem-se os desenhos na HQ e o leitor que costuma ler Quino irá identificar os dois. Eles têm opinião, idéias, posturas. Todos os personagens de Mafalda têm personalidade – cada um pensa diferente. As boas histórias em quadrinhos criam personagens fortes – e são considerados fortes porque se impõem pela singularidade, pela personalidade. Vide a turma de Hagar, o horrível, de Dik Browne; ou os personagens criados por Laerte (Piratas do Tietê, Zelador, Gato & gata) ou Angeli (Rê Bordosa, Rhalah Ricota), F Gosales (Niquel Naúsea); ou gibis mais antigos como Manda-chuva e Os Flinststones. Tira, cartum ou HQ, os personagens têm personalidade.
E quanto aos principais personagens da Turma da Mônica? Não têm nada disso. Quais são as marcas das personalidades deles? Não existem. A única que se sabe tem uma personalidade é Mônica, mas por seu desvio. Quando ela não está dando porrada, também não existe.
A demanda bélica do Pentágono
Podemos pensar em outros personagens. Chico Bento, por exemplo, revela a vida no campo, mas como clichê. As situações vividas por ele mais parecem narradas por um observador instalado na Rua Augusta, um urbanóide que nunca botou os pés na terra. Por isso, o meio rural é tratado como um outro planeta. E se alguém perguntar as características da personalidade de Chico Bento não vai ter resposta. No máximo vai fazer uso do clichê – que ele é um matuto, um caipira paulista, algo genérico. Chico Bento é uma visão burguesa – distante e elitista – do campesinato. Ele não existe, o que existe é o meio em que vive, forjando todos iguais a ele. (Ele não existe porque não pensa, tomando de empréstimo o cogito cartesiano.) Não pensa como uma pessoa chamada Chico Bento, mas como o protótipo de um ser qualquer, genérico, que vive no meio rural. A gente identifica Chico Bento por causa do ambiente, da roupa, do sotaque caipira. Mas Chico Bento pode ser qualquer um.
Esta visão de personagem que não pensa, não tem opinião, mas apenas age e, conforme o meio, vem dos anos 50, 60 ou 70 do século passado, quando a turma da Marvel já fazia sucesso. Além dos citados Batman, Tarzan, Fantasma, havia Hulk e uma enormidade de gibis de cowboys. No Brasil, a melhor experiência de HQ infantil foi a Turma do Pererê, de Ziraldo, que já ia além dos personagens clichês, fazendo-os ter personalidade.
Hoje são outros tempos. E os personagens mudaram. Batman ainda é cultivado pela garotada mais nova, porém avançou em traços mais exuberantes (Frank Miller, por exemplo) e adquiriu uma personalidade dark. O mesmo aconteceu com Hulk. E com a grande maioria dos antigos heróis. De fato, eles evoluíram porque o público também evoluiu. Os desenhos (e filmes) de Batman contêm muita violência, mas, regra geral, agora se tenta explicar isso como traço de personalidade (revolta pela morte de parentes). Isto é, Batman tem personalidade. Super-heróis puramente ideológicos, como é o Capitão América, criados para atenderem à demanda bélica do Pentágono, são mortos e depois revividos conforme os interesses bélicos do momento.
Um exagero na idolatria
Neste sentido, a Turma da Mônica é um retrocesso. É um monte de clichês, como era comum principalmente nos personagens de Walt Disney – sem opinião e naturalmente conservadores. Sim, Disney foi um histórico conservador, conhecido por delatar aqueles que lhe pareciam comunistas na época do presidente McArthur. Tio Patinhas é o símbolo maior da Disney.
A personagem Mônica não tem uma obsessão como a do Tio Patinhas (pelo dinheiro), mas os dois têm algo em comum – Mônica sugere que os conflitos do mundo devam ser resolvidos através da violência. E isso pode ser visto como uma postura bélica, característica histórica e cultural dos Estados Unidos. Afinal, o big stick, a solução de conflitos através da porrada, tem sido a forma diplomática dos Estados Unidos agirem nos últimos séculos.
Tio Patinhas, salvo engano, é de meados do século passado. Mas Tio Patinhas, mesmo assim, ainda é um avanço em relação a Cascão ou Magali porque, como o Manolito de Quino, a sua necessidade de juntar dinheiro é uma ideologia, e o medo da água de Cascão ou a fome de Magali, são apenas bullings reverenciados pela Maurício de Souza. É muito provável que Maurício de Souza tenha se espelhado em Walt Disney para criar os seus. Talvez haja um exagero nessa idolatria: há uma semelhança física (forjada ou não) entre o criador da Turma da Mônica e o criador do Pateta. Isso não explica o porquê da Mônica ser violenta ou dos personagens da sua turma não terem personalidade. Mas deixa o alerta sobre o que nossas crianças estão lendo.
BOM, ESSA MATÉRIA SAIU NO OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA:
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?msg=CONF&cod=578JDB009&#c
O BOM É QUE DÁ PRA DEIXAR COMENTÁRIOS, POR ISSO ABRAM ESSE LINK E DÊEM UMAS BOAS COELHADAS NO CARA.
Por Dioclécio Luz em 23/2/2010
Existe uma certa condescendência por parte da imprensa – e mais ainda da crítica – em relação à Turma da Mônica. Muito provavelmente por razões nacionalistas – não é de hoje que os quadrinhos brasileiros tentam se impor no mercado nacional diante das grandes empresas norte-americanas. Ocupar o mercado nacional, porém, não é mais problema para a Turma da Mônica – ela é hoje a revista infantil mais vendida do país, desbancando Disney e companhia.
Na verdade, a exemplo da Disney, a Turma da Mônica, há muito tempo é bem mais que um grupo de personagens de Histórias em Quadrinhos (HQ). Estamos tratando de uma marca fazedora de dinheiro de uma grande empresa – Maurício de Souza Produções – que se manifesta em brinquedos, sabonetes, xampus, fraldas, pentes, parques temáticos... Enfim, uma gigantesca quantidade de produtos infantis.
A questão, porém, não é a dimensão ou os negócios da empresa. Não é o que interessa no momento. Vai se tratar aqui dos personagens da Turma e, em especial, da relação desses personagens com a violência.
O principal deles é, claro, a própria Mônica. A garotinha tem uma característica: ela resolve as coisas na porrada. Tudo. Este é um elemento educativo complicado. Ao invés do diálogo, da negociação, apela-se para a violência. Quando está em apuros, é no braço, ou fazendo uso do seu coelhinho, que Mônica resolve. Moral da história: em situações de conflito, ganha o mais forte.
Hábito que aprendeu com o pai
A Mônica é exemplo de um fenômeno muito comum entre as crianças, em especial nas escolas: o bulling. Pode se dizer que o bulling é uma agressão verbal e sistemática à criança, quando se apelidos que a incomodam, pejorativos, nomeando-a por algo que ela não gosta. No caso, Mônica é chamada de "dentuça", "gorducha" e "baixinha". Isso a deixa irritada. E ela resolve, claro, na porrada. É evidente que, na vida real, nenhum psicólogo iria sugerir o método Mônica para resolver os problemas do bulling. Seria por demais primitivo. No entanto, espantosamente, ele está presente nos gibis da Turma da Mônica. Tudo indica (seria preciso uma pesquisa mais aprofundada) que a solução pela violência é o tema mais recorrente nas histórias em que a garotinha aparece.
Ao que parece, os adultos leitores ou pais de crianças que lêem os gibis da Mônica são condescendente com esta prática da violência. Afinal, para uns, "é uma menina". Isto é, violência feminina pode, masculina não. Na verdade, estamos transferindo para o mundo infantil uma cultura do mundo adulto. A lógica é: se o nosso mundo adulto é machista, com extraordinários índices de violência masculina contra a mulher, é bom que as mulheres reajam. Esse pensamento comete um erro grave: a violência contra a mulher não pode ser corrigida com a mulher também sendo violenta. Quando ela usa as mesmas armas do homem-machista está se igualando a ele. Claro, há momentos em que é preciso se defender, reagir, partir para a luta e aí vale tudo – porque pode ser uma questão de sobrevivência, inclusive. Mas não creio que seja bem aceita na sociedade a mulher que tem por hábito, como o homem violento e machista, resolver tudo na porrada.
De qualquer forma, esse é um problema do mundo dos adultos. Ainda não faz parte do universo infantil. Corrija-se: faz sim, quando as crianças observam os pais e como eles agem para resolver seus conflitos. Se o pai resolve na porrada, o filho ou a filha vão saber que é assim que deve ser feito. É desse modo que se constrói a personalidade. Enfim, numa leitura superficial pode se dizer que se a Mônica tem o hábito de resolver as coisas na porrada, a princípio, direta ou indiretamente, ela aprendeu isso com seu pai ou sua mãe – pela ação ou omissão, atos ou palavras. A princípio, porque teríamos que fazer uma análise mais aprofundada do seu caráter.
A ótica do hormônio
A Mônica, porém, não é um caso, uma personagem de gibi. Ela é um símbolo. Milhares de crianças lêem a Mônica. E o que estão aprendendo?
1) as coisas se resolvem na porrada;
2) a regra é olho por olho, dente por dente;
3) o bulling deve ser praticado;
3) a inteligência ou a sensibilidade não devem ser usados para resolver conflitos.
É o caso de se comparar a Turma da Mônica com outras turmas. Pode-se pensar na Mafalda, do argentino Quino. Mafalda é brilhante. Mesmo sendo uma HQ para adultos, os conflitos são resolvidos com inteligência e muita sensibilidade. Alguns personagens são cruéis, mas dificilmente alguém sai no tapa; não é comum, mas ocorre. Mas nenhum deles tem na violência sua marca, como é o caso da Mônica.
Outra turma brilhante é a do Calvin, do norte-americano Bill Watterson. Não é exatamente para crianças, mas elas também podem participar das histórias de um garotinho nada fácil que vive questionando as nossas regras morais ou sociais. Por exemplo, Calvin costuma fazer compras de bazucas e metralhadoras por telefone... Calvin tem uma "amiga", a Susie, a quem vive importunando. Quase sempre ele leva a pior. Mas, se observa, é uma questão de gênero – os meninos na sua idade não gostam de brincar com meninas. Eles pensam coisas diferentes do que elas pensam; cada qual vê o mundo diferente – pela ótica do seu hormônio. E, às vezes, ela sai no tapa com ele. Mas a violência não é um traço seu. Susie não é a mandona da rua ou da escola.
Desvios comportamentais
É importante registrar que Calvin e Mafalda são personagens com fundamentos sociais revolucionários; são filósofos – eles fazem o leitor refletir sobre o mundo, sobre a sociedade, o nosso modo de vida, a política, os costumes, e claro, a relação dos adultos com as crianças. A turma da Mônica não tem nada disso. Essa gurizada é extremamente conservadora e moralista. Reproduzem as tradições, os costumes, as modas e modos sociais, sem questionamentos. Talvez por isso, a violência com que a Mônica lida com os conflitos seja uma prática comum.
Na escola de Calvin há uma criança, Mool, um grandalhão que costuma bater nas outras crianças e resolver tudo na porrada. Mas seu autor, Bill Watterson, coloca-o no seu devido lugar: Mool é tratado como um grosso, sem nada na cabeça, um gorila. Ele é o resumo caricato de todo cara (ou instituição) que adota a força para se impor sobre os outros. No caso da Mônica ocorre exatamente o contrário: a palavra final, a decisão sobre os conflitos, quem dá é o personagem que tem mais força, isto é, a Mônica. E essa sua característica de violência é transformada numa virtude – devidamente premiada com a solução dos conflitos em que se envolve e a satisfação dos seus desejos.
O outro aspecto a se observar na Turma da Mônica é o abuso dos clichês. Pelo menos três personagens são clichês: Mônica, como se viu, a que resolve as coisas na porrada; Cascão, que odeia água; Magali, a comilona. Antes de tudo, note-se que são clichês negativos. Ninguém da turma é conhecido por ser inteligente, criativo, sensível, cuidadoso, gentil, amável, isto é, por qualidades humanas, por virtudes humanas. Na verdade, temos, mais uma vez, o incentivo ao bulling – esses três personagens trazem consigo motivos para discriminação e para serem agredidos pelos colegas.
O problema dos clichês nos personagens é que eles não existem fora disso. Cascão ou Magali (e a Mônica) não existem fora dessas suas "virtudes". As observações, as visões do mundo, as idéias, as sugestões, tudo isso que dá personalidade a um personagem, não existe na Turma da Mônica. A gente sabe que é Magali quando ela fala em comida; a gente sabe que é Cascão por seu ódio à água; a Mônica aparece quando é hora da porrada. Mas essas características de Cascão e Magali, como veremos mais adiante, não são exatamente traços de personalidade, e sim, desvios comportamentais. A violência da Mônica, sim, está mais próximo de um problema de personalidade.
Por que Magali não engorda?
A Magali merece uma observação mais cuidadosa. Ela é uma menina que tem obsessão por comida. E como as histórias da Maurício de Souza Produções abordam isso? Como algo normal. Ter obsessão por comer, para a Maurício de Souza Produções, não é problema.
Há uma confusão no discurso da Magali (o dela e o de quem a faz falar): a obsessão por comida é considerada um traço da sua personalidade, mas não causa efeitos negativos sobre a saúde. Esse é o problema. Se uma criança que tenha obsessão por comer se identificar com Magali, não vai se esforçar para romper com essa obsessão.
O que se percebe é que o assunto – o desejo de comer sempre mais – é muito sério para ser tratado da maneira como trata a Turma da Mônica. O Brasil tem uma população obesa de adultos que ultrapassa 50%. Entre os pobres, os percentuais podem chegar a 60%. No ano passado, o Ministério da Saúde fez uma campanha contra a obesidade das crianças. E obesidade é doença, reconhece a Organização Mundial da Saúde. Magali, porém, embora tenha essa obsessão pela comida, não é uma menina obesa. Isto é, os roteiristas e desenhistas eliminaram das histórias o que é consequência natural de quem come demais. Todo mundo que come bastante engorda. Magali, não. Porque a Maurício de Souza Produções eliminou essa parte da história da Magali? Pode-se pensar em várias alternativas: para focar no clichê da obsessão por comida; para não discriminar leitores e leitoras que têm essa obsessão; para não ferir os interesses comerciais da revista que costuma publicar anúncios de biscoitos e guloseimas para o público infantil. Seja como for, a abordagem é extremamente perigosa para o leitor, principalmente para aquele ou aquela que tem obsessão por comida.
As marcas das personalidades
A questão da personalidade merece mais atenção.
Observando os clássicos dos quadrinhos pode se notar que os personagens têm personalidade. Não é necessário olhar a imagem para distinguir nos balões se quem fala é Batman ou Robin, Tarzan ou Guran, Flash Gordon, Fantasma; Miguelito, Felipe, Mafalda ou Manolito. A bem da verdade, diga-se que Quino também usa clichês, como Suzie (que é tudo que a mulher passiva deve ser) e Manolito (o capitalista radical). Mas, está bem claro aí que esses personagens são símbolos caricaturados de uma proposta de sociedade que ele (o autor) condena. De fato, estes dois aparecem como representações semióticas do cenário político ideológico da sociedade criticada por Mafalda e sua turma. Seriam o contraponto ao mundo que Mafalda (Quino) pensa. E mesmo assim não se pode dizer que não tenham personalidade. Suzie e Manolito pensam e agem conforme a postura ideológica de cada um. Eliminem-se os desenhos na HQ e o leitor que costuma ler Quino irá identificar os dois. Eles têm opinião, idéias, posturas. Todos os personagens de Mafalda têm personalidade – cada um pensa diferente. As boas histórias em quadrinhos criam personagens fortes – e são considerados fortes porque se impõem pela singularidade, pela personalidade. Vide a turma de Hagar, o horrível, de Dik Browne; ou os personagens criados por Laerte (Piratas do Tietê, Zelador, Gato & gata) ou Angeli (Rê Bordosa, Rhalah Ricota), F Gosales (Niquel Naúsea); ou gibis mais antigos como Manda-chuva e Os Flinststones. Tira, cartum ou HQ, os personagens têm personalidade.
E quanto aos principais personagens da Turma da Mônica? Não têm nada disso. Quais são as marcas das personalidades deles? Não existem. A única que se sabe tem uma personalidade é Mônica, mas por seu desvio. Quando ela não está dando porrada, também não existe.
A demanda bélica do Pentágono
Podemos pensar em outros personagens. Chico Bento, por exemplo, revela a vida no campo, mas como clichê. As situações vividas por ele mais parecem narradas por um observador instalado na Rua Augusta, um urbanóide que nunca botou os pés na terra. Por isso, o meio rural é tratado como um outro planeta. E se alguém perguntar as características da personalidade de Chico Bento não vai ter resposta. No máximo vai fazer uso do clichê – que ele é um matuto, um caipira paulista, algo genérico. Chico Bento é uma visão burguesa – distante e elitista – do campesinato. Ele não existe, o que existe é o meio em que vive, forjando todos iguais a ele. (Ele não existe porque não pensa, tomando de empréstimo o cogito cartesiano.) Não pensa como uma pessoa chamada Chico Bento, mas como o protótipo de um ser qualquer, genérico, que vive no meio rural. A gente identifica Chico Bento por causa do ambiente, da roupa, do sotaque caipira. Mas Chico Bento pode ser qualquer um.
Esta visão de personagem que não pensa, não tem opinião, mas apenas age e, conforme o meio, vem dos anos 50, 60 ou 70 do século passado, quando a turma da Marvel já fazia sucesso. Além dos citados Batman, Tarzan, Fantasma, havia Hulk e uma enormidade de gibis de cowboys. No Brasil, a melhor experiência de HQ infantil foi a Turma do Pererê, de Ziraldo, que já ia além dos personagens clichês, fazendo-os ter personalidade.
Hoje são outros tempos. E os personagens mudaram. Batman ainda é cultivado pela garotada mais nova, porém avançou em traços mais exuberantes (Frank Miller, por exemplo) e adquiriu uma personalidade dark. O mesmo aconteceu com Hulk. E com a grande maioria dos antigos heróis. De fato, eles evoluíram porque o público também evoluiu. Os desenhos (e filmes) de Batman contêm muita violência, mas, regra geral, agora se tenta explicar isso como traço de personalidade (revolta pela morte de parentes). Isto é, Batman tem personalidade. Super-heróis puramente ideológicos, como é o Capitão América, criados para atenderem à demanda bélica do Pentágono, são mortos e depois revividos conforme os interesses bélicos do momento.
Um exagero na idolatria
Neste sentido, a Turma da Mônica é um retrocesso. É um monte de clichês, como era comum principalmente nos personagens de Walt Disney – sem opinião e naturalmente conservadores. Sim, Disney foi um histórico conservador, conhecido por delatar aqueles que lhe pareciam comunistas na época do presidente McArthur. Tio Patinhas é o símbolo maior da Disney.
A personagem Mônica não tem uma obsessão como a do Tio Patinhas (pelo dinheiro), mas os dois têm algo em comum – Mônica sugere que os conflitos do mundo devam ser resolvidos através da violência. E isso pode ser visto como uma postura bélica, característica histórica e cultural dos Estados Unidos. Afinal, o big stick, a solução de conflitos através da porrada, tem sido a forma diplomática dos Estados Unidos agirem nos últimos séculos.
Tio Patinhas, salvo engano, é de meados do século passado. Mas Tio Patinhas, mesmo assim, ainda é um avanço em relação a Cascão ou Magali porque, como o Manolito de Quino, a sua necessidade de juntar dinheiro é uma ideologia, e o medo da água de Cascão ou a fome de Magali, são apenas bullings reverenciados pela Maurício de Souza. É muito provável que Maurício de Souza tenha se espelhado em Walt Disney para criar os seus. Talvez haja um exagero nessa idolatria: há uma semelhança física (forjada ou não) entre o criador da Turma da Mônica e o criador do Pateta. Isso não explica o porquê da Mônica ser violenta ou dos personagens da sua turma não terem personalidade. Mas deixa o alerta sobre o que nossas crianças estão lendo.
BOM, ESSA MATÉRIA SAIU NO OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA:
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?msg=CONF&cod=578JDB009&#c
O BOM É QUE DÁ PRA DEIXAR COMENTÁRIOS, POR ISSO ABRAM ESSE LINK E DÊEM UMAS BOAS COELHADAS NO CARA.
segunda-feira, 8 de março de 2010
O QUE EU ME LEMBRO, O QUE EU SEI E O QUE ELA GOSTA.
EU ME LEMBRO QUANDO ELA DISSE:
" Eu quero te ver".
EU SEI QUE ELA NÃO DORMIU ESSE DIA.
EU ME LEMBRO QUE ELA GOSTAVA DESSES FILMES EUROPEUS.
EU SEI QUE ELA É VEGETARIANA.
EU ME LEMBRO QUE ELA GOSTA DE CLARICE LISPECTOR.
EU SEI QUE ELA GOSTA DE PARTICIPAR DESSES MOVIMENTOS E PASSEATAS FEMINISTAS.
EU ME LEMBRO QUE ELA GOSTAVA DE TOFU.
EU SEI QUE ELA GOSTA DE RADIOHEAD, BJORK E PATTI SMITH.
EU ME LEMBRO QUE ELA NÃO ENTRAVA NEM Á FORÇA EM UM MC'DONALDS.
EU SEI QUE ELA JÁ LEU PERSEPÓLIS.
EU ME LEMBRO QUE ELA TINHA UMA CAMISETA DA JANIS JOPLIN.
EU SEI QUE ELA GOSTA DE BEBER DE VEZ EM QUANDO.
EU ME LEMBRO DO PAI DELA.
EU SEI QUE ELA GOSTA DE FICAR POR CIMA.
EU ME LEMBRO DA COR DA SUA CALCINHA QUANDO A GENTE TRANSOU A PRIMEIRA VEZ.
EU SEI QUE ELA TEM SEIS CONTAS NESSES SITES DE RELACIONAMENTO NA INTERNET.
EU ME LEMBRO QUE ELA SEMPRE MANDAVA UMA MENSAGEM PELO ORKUT DIZENDO QUE JÁ TINHA CHEGADO EM CASA.
EU SEI QUE JÁ ROUBARAM CINCO CELULARES DELA.
EU ME LEMBRO QUE ELA NÃO GOSTAVA DE GUARDA CHUVA.
EU SEI QUE ELA SÓ TINHA 21 ANOS
E EU ME LEMBRO QUE A GENTE SÓ NAMOROU DURANTE UM MÊS.
POR ISSO ESTÁ TUDO MEIO CONFUSO NA MINHA CABEÇA.
O QUE EU ME LEMBRO.
O QUE EU SEI.
O QUE ELA GOSTA.
POR ÚLTIMO, EU ME LEMBRO DO TELEFONE TOCAR E ELA FALAR:
" Você gosta mais de mim do que eu de você".
E DESLIGOU.
EU SEI QUE ESSA FRASE DEVE CONSTAR EM ALGUM MANUAL DE FIM DE RELACIONAMENTO.
EU ME LEMBRO DE LIGAR O SOM
ABRIR A GELADEIRA
PEGAR A METADE DE UM ABACATE E A CAIXA DE LEITE
E DECIDO FAZER UMA VITAMINA.
" Eu quero te ver".
EU SEI QUE ELA NÃO DORMIU ESSE DIA.
EU ME LEMBRO QUE ELA GOSTAVA DESSES FILMES EUROPEUS.
EU SEI QUE ELA É VEGETARIANA.
EU ME LEMBRO QUE ELA GOSTA DE CLARICE LISPECTOR.
EU SEI QUE ELA GOSTA DE PARTICIPAR DESSES MOVIMENTOS E PASSEATAS FEMINISTAS.
EU ME LEMBRO QUE ELA GOSTAVA DE TOFU.
EU SEI QUE ELA GOSTA DE RADIOHEAD, BJORK E PATTI SMITH.
EU ME LEMBRO QUE ELA NÃO ENTRAVA NEM Á FORÇA EM UM MC'DONALDS.
EU SEI QUE ELA JÁ LEU PERSEPÓLIS.
EU ME LEMBRO QUE ELA TINHA UMA CAMISETA DA JANIS JOPLIN.
EU SEI QUE ELA GOSTA DE BEBER DE VEZ EM QUANDO.
EU ME LEMBRO DO PAI DELA.
EU SEI QUE ELA GOSTA DE FICAR POR CIMA.
EU ME LEMBRO DA COR DA SUA CALCINHA QUANDO A GENTE TRANSOU A PRIMEIRA VEZ.
EU SEI QUE ELA TEM SEIS CONTAS NESSES SITES DE RELACIONAMENTO NA INTERNET.
EU ME LEMBRO QUE ELA SEMPRE MANDAVA UMA MENSAGEM PELO ORKUT DIZENDO QUE JÁ TINHA CHEGADO EM CASA.
EU SEI QUE JÁ ROUBARAM CINCO CELULARES DELA.
EU ME LEMBRO QUE ELA NÃO GOSTAVA DE GUARDA CHUVA.
EU SEI QUE ELA SÓ TINHA 21 ANOS
E EU ME LEMBRO QUE A GENTE SÓ NAMOROU DURANTE UM MÊS.
POR ISSO ESTÁ TUDO MEIO CONFUSO NA MINHA CABEÇA.
O QUE EU ME LEMBRO.
O QUE EU SEI.
O QUE ELA GOSTA.
POR ÚLTIMO, EU ME LEMBRO DO TELEFONE TOCAR E ELA FALAR:
" Você gosta mais de mim do que eu de você".
E DESLIGOU.
EU SEI QUE ESSA FRASE DEVE CONSTAR EM ALGUM MANUAL DE FIM DE RELACIONAMENTO.
EU ME LEMBRO DE LIGAR O SOM
ABRIR A GELADEIRA
PEGAR A METADE DE UM ABACATE E A CAIXA DE LEITE
E DECIDO FAZER UMA VITAMINA.
domingo, 7 de março de 2010
JUSTIÇA
GUERRA AO TERROR GANHA SEIS OSCARS, INCLUSIVE O DE DIREÇÃO E DE MELHOR FILME.
VEJA O TRAILER:
http://www.youtube.com/watch?v=OJS4maWtw5s
VEJA O FILME:
http://filmesmegavideo.net/category/guerra/
VEJA O TRAILER:
http://www.youtube.com/watch?v=OJS4maWtw5s
VEJA O FILME:
http://filmesmegavideo.net/category/guerra/
sábado, 6 de março de 2010
ELAS TEIMAM EM TERMINAR.....
ELAS TEIMAM EM TERMINAR COM VOCÊ PELO TELEFONE.
JUSTAMENTE DEPOIS DE FICAR ESPERANDO UMA LIGAÇÃO DELA DURANTE UMA SEMANA.
ELAS TEIMAM EM TERMINAR COM VOCÊ NUM SÁBADO Á NOITE.
QUANDO VOCÊ ACHA QUE ELA VAI TE CONVIDAR PRA SAIR.
ELAS TEIMAM EM TERMINAR COM VOCÊ NUMA NOITE NUBLADA E CHUVOSA.
SÓ PRA TE MOSTRAR QUE OS CLICHÊS HOLLYWOODIANOS EXISTEM.
ELAS TEIMAM EM TERMINAR FALANDO:
- EU TE VEJO COMO UM AMIGO.
SÓ PRA VOCÊ NÃO PEGAR UMA 12 E CORRER ATRÁS DELA.
ELAS TEIMAM EM DIZER QUE NÃO CONSEGUEM ADMINISTRAR TANTAS COISAS NA VIDA.
MESMO SABENDO QUE ISSO É UMA DESCULPA.
ELAS TEIMAM EM TERMINAR COM VOCÊ QUANDO MAIS SE PRECISA DELAS.
SENDO QUE TUDO QUE VOCÊ QUER É UM COLO FEMININO TE FAZENDO UM AFAGO TE FALANDO QUE VAI FICAR TUDO BEM.
TEIMAM EM TERMINAR NUM SILÊNCIO FÚNEBRE QUE ECOARÁ NA SUA CABEÇA PELO RESTO DE SUA VIDA.
COM O TELEFONE DESLIGANDO.
COM O BARULHO DA CHUVA LÁ FORA
E O MORRISSEY DIZENDO BEM BAIXINHO:
I am human and i need to be loved
Just like everybody else does
JUSTAMENTE DEPOIS DE FICAR ESPERANDO UMA LIGAÇÃO DELA DURANTE UMA SEMANA.
ELAS TEIMAM EM TERMINAR COM VOCÊ NUM SÁBADO Á NOITE.
QUANDO VOCÊ ACHA QUE ELA VAI TE CONVIDAR PRA SAIR.
ELAS TEIMAM EM TERMINAR COM VOCÊ NUMA NOITE NUBLADA E CHUVOSA.
SÓ PRA TE MOSTRAR QUE OS CLICHÊS HOLLYWOODIANOS EXISTEM.
ELAS TEIMAM EM TERMINAR FALANDO:
- EU TE VEJO COMO UM AMIGO.
SÓ PRA VOCÊ NÃO PEGAR UMA 12 E CORRER ATRÁS DELA.
ELAS TEIMAM EM DIZER QUE NÃO CONSEGUEM ADMINISTRAR TANTAS COISAS NA VIDA.
MESMO SABENDO QUE ISSO É UMA DESCULPA.
ELAS TEIMAM EM TERMINAR COM VOCÊ QUANDO MAIS SE PRECISA DELAS.
SENDO QUE TUDO QUE VOCÊ QUER É UM COLO FEMININO TE FAZENDO UM AFAGO TE FALANDO QUE VAI FICAR TUDO BEM.
TEIMAM EM TERMINAR NUM SILÊNCIO FÚNEBRE QUE ECOARÁ NA SUA CABEÇA PELO RESTO DE SUA VIDA.
COM O TELEFONE DESLIGANDO.
COM O BARULHO DA CHUVA LÁ FORA
E O MORRISSEY DIZENDO BEM BAIXINHO:
I am human and i need to be loved
Just like everybody else does
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